terça-feira, 22 de julho de 2008

William Wilberforce


No século 18, a Inglaterra detinha o monopólio do comércio de escravos negros. Os meios de transporte eram os mais cruéis imagináveis. Boa parte da população inglesa tirava proveito desse comércio, e o povo, de maneira geral, aceitava a escravidão. Havia aqueles que enriqueciam e, por isso, defendiam com veemência o escravagismo. Mas Deus graciosamente ergueu uma geração de políticos cristãos para lutar contra o que William Carey chamou de "maldito comércio de escravos".

Preciosa graça

É surpreendente que nenhum grande reformador da história ocidental seja tão pouco conhecido como William Wilberforce. Ele nasceu numa família nobre da Inglaterra, na cidade portuária de Hull, em Yorkshire, em 24 de agosto de 1759. Naquela época, como hoje, a aristocracia vivia em meio a contradições: nela se encontravam alguns dos grandes benfeitores da nação e alguns de seus maiores corruptores. Wilberforce era fruto dessas ambigüidades.

Após estudar em uma escola em Pocklington, foi aceito em 1776 no St. John's College, na Universidade de Cambridge, onde decidiu dedicar-se à carreira política, tendo sido eleito representante de seu povoado aos 21 anos de idade. Além de repartir o dinheiro que possuía, mandou fazer um grande churrasco para todo o vilarejo, o que lhe valeu um bom número de votantes. Aos 24 anos, já era um político famoso por sua eloqüência e acabou por ser eleito representante de Yorkshire, o maior e mais importante condado da Inglaterra, chegando a Londres cheio de popularidade.

Em 1784, ainda aos 24 anos de idade, partiu para uma viagem a Nice, na França, que traria grande transformação em seu caráter. Levou consigo a mãe, Elizabeth, a irmã Sally, uma amiga dela e Isaac Milner, seu antigo professor primário, e que veio a se tornar presidente do Queen's College, na Universidade de Cambridge. Na bagagem de Milner, Wilberforce viu uma cópia do livro de Philip Doddridge - mais conhecido por ter escrito o famoso hino "Oh! Happy Day" [Oh! Dia Feliz!] -, The Rise and Progress of Religion in the Soul [O começo e o progresso da religião na alma]. Ele perguntou para seu amigo o que era aquilo e recebeu a resposta: "Um dos melhores livros já escritos". Os dois concordaram em lê-lo juntos na jornada.

A leitura desse livro e das Escrituras, acompanhada de conversas com Milner, levaram o jovem político à conversão. Ele declarou em seu diário, em fins de outubro daquele ano:

Assim que me compenetrei com seriedade, a profunda culpa e tenebrosa ingratidão de minha vida pregressa vieram sobre mim com toda sua força, condenei-me por ter perdido tempo precioso, oportunidades e talentos [...]. Não foi tanto o temor da punição que me afetou, mas um senso de minha grande pecaminosidade por ter negligenciado por tanto tempo as misericórdias indescritíveis de meu Deus e Senhor. Eu me encho de tristeza. Duvido que algum ser humano tenha sofrido tanto quanto eu sofri naqueles meses.

Wilberforce começou um programa que durou toda sua vida, de separar os domingos e um intervalo a cada manhã para se dedicar à oração e às leituras espirituais.

Uma longa e dura luta

Já de volta a Londres, a vida de Wilberforce tomou novos rumos. Ele considerou suas opções, inclusive o ministério cristão, mas foi convencido por John Newton que Deus o queria permanecendo na política, em vez de entrar para o ministério. "Espera e crê que o Senhor te levantou para o bem da nação", escreveu Newton.

Depois de muito pensar e orar, Wilberforce concluiu que Newton estava certo. Deus o chamara para defender a liberdade dos oprimidos como parlamentar. "Minha caminhada é de vida pública. Meu negócio está no mundo, e é necessário que eu me misture nas assembléias dos homens ou deixe o cargo que a Providência parece ter-me imposto", escreveu em seu diário, em 1788.

Outro que o influenciou fortemente foi JohnWesley. Newton e Wesley tinham, além de uma fé vibrante no evangelho, uma forte convicção de que não havia maior pecado pesando sobre as costas do Império Britânico do que o terrível e abominável tráfico de escravos, que Wesley batizara de "execrável vileza".

Bruce Shelley diz que os ingleses entraram nesse comércio em 1562, quando Sir John Hawkins pegou uma carga de escravos em Serra Leoa e a vendeu em São Domingos. Então, depois que a monarquia foi restaurada em 1660, o rei Carlos II deu uma concessão especial para uma companhia que levava 3 mil escravos por ano para as Índias Orientais. A partir daí, o comércio cresceu e atingiu enormes proporções. Em 1770, os navios ingleses transportavam mais da metade dos cem mil escravos vindos da África Oriental. Muitos ingleses consideravam o tráfico de escravos inseparavelmente ligado ao comércio e à segurança nacional da Grã-Bretanha.

John Wesley escreveu sua última carta a Wilberforce, em 24 de fevereiro de 1791, seis dias antes de morrer, encorajando-o a executar o plano da abolição da escravatura. Um parágrafo dessa carta diz o seguinte: "Oh! Não vos desanimeis de fazer o bem. Ide avante, em nome de Deus, e na força do seu poder, até que desapareça a escravidão americana, a mais vil que o sol já iluminou".

Foi por conta dessas influências que Wilberforce decidiu dedicar toda a força de sua juventude e todo o talento que tinha a um único objetivo que consumiria toda sua vida: a abolição do tráfico negreiro. Algum tempo depois, num domingo, 28 de outubro de 1787, ele escreveu em seu diário as palavras que se tornaram famosas: "O Deus todo-poderoso tem colocado sobre mim dois grandes objetivos: a supressão do comércio escravocrata e a reforma dos costumes.

Uma fonte de estímulo nessa luta foi sua participação ativa no chamado Grupo de Clapham (Clapham Sect), constituído de pessoas ricas cujas residências ficavam em Clapham, um elegante bairro localizado a 8 quilômetros de Londres, que apoiava muitos líderes leigos na busca de uma reforma social, liderados por um humilde ministro anglicano, John Venn. Como destacam Clouse, Pierard & Yamauchi, o Grupo de Clapham foi, de longe, a mais importante expressão anglicana na esfera da ação social. Esse grupo de leigos geralmente se reunia para estudar a Bíblia, orar e dialogar na biblioteca oval de Henry Thornton, um rico banqueiro que todo ano doava grande parte de seus rendimentos para a filantropia.

Outros que participavam do grupo eram: Charles Grant, presidente da Companhia das Índias Orientais; James Stephens, cujo filho, chefe do Departamento Colonial, auxiliou bastante os missionários nas colônias; John Shore, Lorde Teignmouth, governador-geral da Índia e primeiro presidente da Sociedade Bíblica Britânica e Estrangeira; Zachary Macauley, editor do Observador Cristão; Thomas Clarkson, famoso líder abolicionista; a educadora Hannah More, além de outros líderes evangélicos. Dentre várias atividades, eles ajudaram a fundar a colônia de Serra Leoa, onde escravos libertos poderiam viver livres.

Clouse, Pierard & Yamauchi dizem:

Este grupo uniu-se numa intimidade e solidariedade incríveis, quase como uma grande família. Eles se visitavam e moravam um na casa do outro, tanto em Clapham, como na própria Londres e no campo. Ficaram conhecidos como 'os Santos' por causa de seu fervor religioso e desejo de estabelecer a retidão no país. Vários comentaristas observaram que eles planejavam e trabalhavam com um comitê que estava sempre reunido em 'conselhos de gabinete' em suas residências pata discutir o que precisava ser consertado e estratégias que poderiam usar para alcançar seus objetivos.

Neste grupo, discutiam os erros e as injustiças de seu país, e as batalhas que teriam de travar para estabelecer a justiça.

Os membros do Grupo de Clapham demonstraram a diferença que um grupo de cristãos pode fazer. Eles elaboraram 12 marcas que nortearam seu esforço pela reforma social na Inglaterra do século 19:

1. Estabeleça objetivos claros e específicos.
2. Pesquise cuidadosamente para produzir uma proposta realista e irrefutável.
3. Construa uma comunidade comprometida que apóie uns aos outros. A batalha não pode ser vencida sozinha.
4. Não aceite retiradas como uma derrota final.
5. Comprometa-se a lutar de forma contínua, mesmo que a luta demore décadas.
6. Mantenha o foco nas questões; não permita que os ataques malignos de oponentes o distraiam ou provoquem resposta similar.
7. Demonstre empatia com a posição do oponente, de forma que diálogo significativo aconteça.
8. Aceite ganhos parciais quando tudo o que é desejado não puder ser obtido de uma só vez.
9. Cultive e apóie suas bases populares quando outros, que estiverem no poder, se opuserem a seus projetos.
10. Transcenda à mentalidade simplista e direcione-se às questões maiores, principalmente as que envolvem questões éticas!
11. Trabalhe através de canais reconhecidos, sem lançar mão de táticas sujas ou violentas.
12. Prossiga com senso de missão e convicção de que Deus o guiará providencialmente se estiver verdadeiramente a seu serviço.

Em 1797, Wilberforce publicou um livro intitulado Practical View of Real Christianity [Panorama prático do cristianismo verdadeiro], amplamente lido e ainda publicado, que evidenciava o interesse evangélico na redenção como a única força regeneradora, na justificação pela graça por meio da fé e na leitura da Escritura em dependência ao Espírito Santo, ou seja, numa piedade prática que redundasse em serviço relevante para a sociedade. Nessa obra, ele disse sobre o cristianismo verdadeiro:

Eu compreendo que a marca prática e essencial dos verdadeiros cristãos é a seguinte: que os pecadores arrependidos, confiando na promessa de serem aceitos [por Deus], mediante o Redentor, têm renunciado e abjurado todos os outros senhores, e têm de maneira integral se devotado a Deus. Agora, seu propósito determinado é se dedicar integralmente ao justo serviço do legítimo Soberano. Eles não mais pertencem a si mesmos: todas as faculdades físicas e mentais, sua herança, sua essência, sua autoridade, seu tempo, sua influência, tudo o que desconsideram como sendo seus [...] devem ser consagrados em honra a Deus e empregados a seu serviço.

E sobre o poder e o direito:

Eu devo confessar [...] que minhas próprias [e sólidas] esperanças pelo bem-estar do meu país não depende de seus navios e exércitos, nem da sabedoria de seus governantes, ou ainda do espírito de seu povo, mas sim da [capacidade de] persuasão de todos aqueles que amam e obedecem ao evangelho de Cristo.

No tempo de Deus

Wilberforce e seus amigos do Grupo de Clapham também ajudaram a fundar escolas cristãs para os pobres, a reformar as prisões, a combater a pornografia, a realizar missões cristãs no estrangeiro e a batalhar pela liberdade religiosa. Mas Wilberforce acabou por se tornar mais conhecido por seu compromisso incansável pela abolição de escravidão e do comércio de escravos.

Sua luta começou por volta de 1787 - ele já era parlamentar desde 1780. Haviam pedido a Wilberforce que propusesse a abolição do comércio de escravos, embora quase todos os ingleses achassem a escravidão necessária, ainda que desagradável, e que a ruína econômica certamente viria ao acabar com a escravidão. Apenas uns poucos achavam o comércio de escravos errado. A pesquisa de Wilberforce o pressionou até conclusões dolorosamente claras. "Tão enorme, tão terrível, tão irremediável aparentou a maldade desse comércio que minha mente ficou inteiramente decidida em favor da abolição", disse ele à Casa dos Comuns. "Sejam quais forem as conseqüências, deste momento em diante estou resolvido que não descansarei até efetuar sua abolição." Wilberforce falou primeiramente sobre o comércio de escravos na Casa de Câmara dos Comuns em 1788, num discurso de três horas e meia, que concluiu dizendo: "Senhor, quando nós pensamos na eternidade e em suas futuras conseqüências sobre toda conduta humana, se existe esta vida, o que esta fará a qualquer homem que contradisser as ordens de sua consciência e os princípios da justiça e da lei de Deus!". Sua luta custou-lhe dezoito anos de trabalho incansável.

Os feitos de Wilberforce foram realizados em meio a tremendos desafios. Ele era um homem de constituição fraca e com uma fé desprezada. Quanto à tarefa, enquanto a prática da escravatura era quase universalmente aceita, o comércio de escravos era tão importante para a economia do Império Britânico quanto é a indústria de armamentos para os Estados Unidos hoje. Quanto à sua oposição, incluía poderosos interesses mercantis e coloniais e personalidades como o famoso Almirante Horacio Nelson e a maior parte da família real. E quanto à sua perseverança, Wilberforce continuou incansavelmente, anos a fio, antes de alcançar seu alvo. Sempre desprezado, ele foi duas vezes assaltado e surrado. Certa vez, um amigo lhe escreveu, dizendo-lhe que, do jeito que as coisas andavam, "eu espero ouvir dizer que foste carbonizado por algum dono de fazenda das Índias Ocidentais, feito churrasco por mercadores africanos e comido por capitães da Guiné, mas não desanime - eu escreverei o seu epitáfio!"

O comércio de escravos foi finalmente abolido em 25 de março de 1806. Quando a lei foi aprovada, todo o Parlamento se pôs de pé e aplaudiu Wilberforce por vários minutos, enquanto ele, já desgastado pelos anos, chorava com o rosto entre as mãos.

Ele continuou a campanha contra a escravidão em todos os territórios britânicos, e o voto crucial da famosa Lei de Emancipação chegou quatro dias antes de sua morte, em 29 de julho de 1833.

Por conta da decisão parlamentar, poderosa como era e não querendo ser lesada em seus interesses, a Grã-Bretanha declarou ao mundo que nem ela nem ninguém mais poderia traficar escravos. Além disso, tornou-se a guardiã dos mares. Logo, Portugal e Bélgica, as duas nações rivais, tiveram também de parar com o tráfico, por força do poderio naval inglês.

Um ano depois da morte de Wilberforce, em julho de 1834, 800 mil escravos, principalmente na Índia Ocidental britânica, foram libertos. Em pouco tempo, a maior parte dos países ocidentais aboliria a escravidão em definitivo.




segunda-feira, 7 de janeiro de 2008

Biografia de Ellen White


Introdução
A 26 de novembro de 1827 nasceram duas meninas gêmeas à casa de Roberto e
Eunice Harmon. Ellen e Elisabete foram os nomes dados a essas meninas. A pequena fazenda da colina (agora conhecida como “Fort Hill Farm”), ficava perto da vila de Gorham, Maine, cerca de dezenove quilômetros a leste de Portland, Maine, no nordeste dos Estados Unidos. Vistohaver oito filhos na família Harmon, podemos ter certeza de que a casa era um lugar
interessante e movimentado. Poucos anos depois do nascimento das gêmeas, contudo,
Roberto Harmon abandonou o trabalho da fazenda e se mudou para a cidade de Portland onde se dedicou a negócios.
Durante a infância, a ativa e alegre Ellen ajudava no trabalho de casa e auxiliava o pai na manufatura de chapéus. Com nove anos de idade, uma tarde ao voltar da escola para casa, foi ferida por uma pedra que a colega de classe lhe atirou. Esse acidente quase lhe custou a vida. Ficou inconsciente durante três semanas, e nos anos seguintes sofreu grandemente como resultado do sério ferimento no nariz. Ellen era incapaz de continuar os trabalhos escolares, e parecia a todos que a menina antigamente promissora não poderia viver por muito tempo.
No ano de 1840 Ellen assistiu, com os pais, à reunião campal metodista em Buxton,
Maine, e lá, com a idade de 12 anos, entregou o coração a Deus. Voltando para casa, por sua insistência foi batizada por imersão pelo ministro metodista nas ondas revoltas do Oceano Atlântico, que banhava as praias de Portland, e nesse mesmo dia foi recebida como membro da igreja metodista.

A mensagem do advento
Com outros membros da família, Ellen assistiu às reuniões adventistas em Portland em
1840 e 1842, aceitando plenamente os pontos de vista apresentados por Guilherme Miller e seus companheiros, e confiantemente aguardou a volta do Salvador em 1843, e depois em 1844. Ellen era fervorosa obreira missionária, trabalhando com seus jovens companheiros, e fazia sua parte em proclamar a mensagem do advento. Muitas vezes trabalhava longas horas com abnegação a fim de poder obter os meios para propagar a preciosa mensagem a outros.
A juventude de Ellen não diminui a amargura do grande desapontamento de 22 de outubro de 1844 e, assim como outros, ela buscou fervorosamente a Deus por luz e direção nos dias de perplexidade que se seguiram. No tempo crítico, quando muitos estavam vacilando ou abandonando sua experiência adventista, juntou-se Ellen Harmon a quatro outras irmãs no culto familiar enquanto estava na casa de um companheiro de fé, no sul de Portland, numa manhã do fim de dezembro. O Céu parecia escuro perto do grupo em oração, e ao repousar o poder de Deus sobre Ellen, perdeu ela a noção do ambiente terreno, e numa revelação figurada testemunhou as viagens do povo do advento para a cidade de Deus. (Primeiros Escritos , pp. 13-20). Quando a jovem de dezessete anos relatou, tremendo e relutantemente, essa visão aos crentes em Portland, foi ela aceita como luz de Deus. Atendendo à direção do Senhor, Ellen viajou com amigos e parentes de um lugar para outro, conforme a oportunidade, relatando aos grupos esparsos de adventistas o que lhe fora revelado, tanto na primeira visão, como nas que se sucederam.
Aqueles dias não eram fáceis para os adventistas desapontados. Não somente sofriam
escárnio e o ridículo do mundo em grande escala, mas eles mesmos não estavam muito unidos, e toda sorte de fanatismo se levantou em suas próprias fileiras. Pela revelação, o Senhor mostrou a Ellen Harmon o surgimento de alguns desses movimentos fanáticos, e lhe foi dada a responsabilidade de reprovar fielmente o mal e apontar o erro. Esse trabalho ela achou difícil de realizar.

Casamento de Tiago e Ellen White
Numa viagem a Orrington, Maine, Ellen encontrou um jovem pregador adventista,
Tiago White, que contava então vinte e quatro anos de idade, e como seus trabalhos,
ocasionalmente, faziam com que os dois se encontrassem, brotou uma afeição que depois de se terem certificado do que o Senhor os estava guiando, levou-os a se unirem mais tarde em matrimônio, em agosto de 1846.
Nas primeiras poucas semanas que se seguiram ao casamento, Tiago e Ellen
entregaram-se ao estudo cuidadoso de um folhetinho de quarenta e seis páginas publicado
pelo Pastor José Bates em New Bedford, Massachusetts, intitulado The Seventh-day Sabbath (O Sábado do Sétimo Dia), e que apresentava evidências das Escrituras quanto à santidade do sétimo dia. Claramente viram a exatidão dos pontos de vista apresentados, e aceitaram a luz.
Cerca de seis meses mais tarde, no sábado, 7 de abril de 1847, estando a irmã White em visão, foi-lhe mostrada a lei de Deus no santuário celestial com auréola de luz ao redor do quarto mandamento. Essa visão trouxe mais clara compreensão da importância da verdade do
sábado, e confirmou a confiança dos adventistas nela (Primeiros Escritos , pp. 32-35).
Os primeiros dias da experiência de casados de Tiago e Ellen White foram repletos de
pobreza e às vezes de angústia. Nessa fase de nossa obra, antes de se efetuar a organização da igreja, e antes que fosse provido o sustento regular do ministério, dependiam os obreiros do trabalho de suas mãos para seu apoio financeiro, de modo que o tempo de Tiago White dividiase entre trabalhar e pregar, e ganhar a vida na floresta, na estrada de ferro ou no campo de feno.
A 26 de agosto de 1847 chegou ao lar da família White um menino, Henrique. Sua
presença trouxe alegria à jovem mãe, mas Ellen White logo viu que devia deixar o filho com amigos de confiança e continuar o trabalho, viajando e dando a mensagem que Deus lhe confiara. Os poucos anos seguintes tiveram um registro de viagens, visitas ao “rebanho disperso”, de assistência a conferências e escrever.
03. Começando a publicar
Estando em Rocky Hill, Connecticut, no verão de 1849, começou Tiago White a
publicação de nosso primeiro jornal: The Present Truth , um bimensário de oito páginas, com grande lapso na sua publicação, sendo o volume completado em 11 publicações, em quinze meses. Os números posteriores traziam artigos da pena de Ellen G. White, que representavam visões proféticas sobre o futuro da igreja, e ecoavam notas de advertência e conselho.
O ano de 1951 marcou o aparecimento do primeiro livro da Sra. White, um trabalho
com capa de papel de 64 páginas intitulado A Sketch of the Christian Experience and Views of Ellen G. White. A este seguiu-se um “suplemento” em 1854. Esses dois documentos mais antigos encontram-se agora nas páginas 11-127 do livro Early Writings.
Os dias do começo da Review and Herald, em 1850, e da Youth's Instructor, em 1852,
a aquisição de um prelo manual, e depois a publicação das revistas em Rochester, New York, durante os anos de 1852-1855, foram realmente bem probantes. A casa dos White e a pequena tipografia tornaram-se a sede da obra. O dinheiro era escasso e a doença e as privações fizeram sua parte em trazer aflições e desânimo. Mas havia dias brilhantes pela frente e, quando em 1855, os irmãos de Michigan convidaram o irmão e a irmã White para Battle Creek prometendo uma pequena casa para impressão, pareceu que a maré havia virado.
04. A obra mudou-se para Battle Creek, Michigan
Foi em novembro de 1855 que a Review and Herald , com o prelo de mão e outro
equipamento de impressão, se mudou da sede alugada em Rochester, New York, para o
prédio recentemente erigido em Battle Creek, Michigan, tão liberalmente provido pelos amigos de causa ali.
Poucos dias depois que o Pastor White e senhora, e os que com eles estavam ligados
na obra de publicação chegaram a Battle Creek, realizou-se uma conferência para considerar os planos para o avanço da causa. No fim dessa reunião geral, foi revelado a Ellen White certo número de assuntos de importância para a igreja em geral. Ela escreveu estes, e os leu na tarde do sábado seguinte, na igreja de Battle Creek. Ao ser ouvida a oportuna mensagem, reconheceram os membros da igreja que todos os grupos de crentes estavam envolvidos, e votaram que fosse publicada. No devido tempo saiu do prelo restabelecido um folheto de 16 páginas intitulado Testimonies for the Church, (Testimonies , vol. I, pp. 113-126), o primeiro de
uma série de escritos que, em 55 anos, somaram quase 5000 páginas, conforme foram
publicados em nove volumes de Testimonies for the Church.
A história da experiência do Pastor e da Sra. White durante os poucos anos que se
seguiram, e no firme estabelecimento da obra de publicação e organização da igreja, é uma história de freqüentes viagens de trem, de carroça, de trenó – uma história de sofrimento no frio intenso, em longas jornadas por campos pouco habitados, uma história da proteção especial de Deus em muitos perigos, cheia de aspectos desanimadores ao serem dirigidos contra a obra os ataques dos inimigos, e também cheia de encorajamento ao ser testemunhado o poder de Deus em levar a vitória à vida dos observadores do sábado e dar êxito ao trabalho dos que dirigiam o avanço da causa de Deus.

A visão do Grande Conflito
Foi em Ohio, num funeral realizado numa tarde de domingo, em março de 1858, na
escola pública de Lovett's Grove (agora Bowling Green), que foi dada à Sra. White a visão do grande conflito entre Cristo e seus anjos e Satanás e seus anjos, desde seu início até ao fim.
Dois dias mais tarde o grande adversário tentou tirar-lhe a vida, para que ela não pudesse apresentar aos outros o que lhe fora revelado. Mantida, contudo, por Deus, na realização da obra que lhe fora confiada, descreveu as cenas que lhe haviam sido apresentadas, sendo publicadas no verão de 1858 o livro de 209 páginas Spiritual Gifts, vol. I , The Great Controversy Between Christ and His Angels, and Satan and His Angels. O volume foi bem recebido e grandemente apreciado devido à sua clara descrição das forças contendoras no grande conflito, tocando em pontos árduos da luta, mas tratando mais completamente das cenas finais da história da Terra (Primeiros Escritos , pp. 133-O diário de Ellen White, da últi295).
O lar em Battle Creek
ma parte da década dos cinqüenta, revela que nem todo
o seu tempo foi dedicado a escrever e à obra pública, pois os deveres caseiros, os contatos amigáveis com os vizinhos, especialmente os que estavam em necessidade, exigiam-lhe
atenção, e às vezes ajudava a dobrar e a costurar jornais e folhetos, quando havia acúmulo de trabalho no escritório da Review.
No outono de 1860, a família White compunha-se de seis pessoas, com quatro
meninos ativos, que iam de poucas semanas a treze anos de idade. Contudo a criança mais nova, Herbert, viveu apenas poucos meses, trazendo sua morte a primeira separação no círculo familiar. Os esforços culminados para estabelecer a igreja e as organizações de Associação, com as exigências de mais escritos e viagens e trabalho pessoal, ocuparam os primeiros anos da década dos sessenta. Alcançou-se o clímax na organização da Associação
Geral em meio de 1863.
A visão da reforma de saúde
Poucas semanas depois disto, são encontrados Tiago e Ellen White visitando Otsego,
Michigan, no fim de semana, para animar os obreiros evangélicos locais. Enquanto o grupo de obreiros se ajoelhava em oração, no começo do sábado, foi dada a Ellen White uma visão bem abarcante da relação da saúde física com a espiritualidade, da importância de seguir princípios corretos no regime e no cuidado do corpo, e dos benefícios dos remédios da natureza – ar puro, luz do sol, exercício e o uso racional da água.
Antes dessa visão, pouca atenção ou tempo tinham-se dado a questões de saúde, e
vários dos sobrecarregados ministros haviam sido obrigados a parar, durante alguns períodos de tempo, devido à enfermidade. Embora naquela época houvesse, neste e noutros países,indivíduos que lideravam reformas no modo de vida, os adventistas do sétimo dia, com suas mensagens do sábado e do advento, pouco interesse tinham em questões de saúde. Essa revelação a Ellen White a 06 de junho de 1863, impressionou os chefes da igreja recémorganizada
com a importância da reforma de saúde. Nos meses que se seguiram, visto ser a
mensagem de saúde considerada parte da mensagem dos adventistas do sétimo dia,5
inaugurou-se um programa educativo sobre a saúde. Iniciando essa campanha, foram
publicados seis folhetos de sessenta e quatro paginas cada um, e intitulados: Health, or How to Live , compilados por Tiago e Ellen White, e em cada um deles aparecia um artigo de autoria
dela.
Muitíssimo impressionados ficaram os primeiros líderes da obra com a importância da
reforma da saúde, devido à morte prematura de Henrique White com dezesseis anos, à grave enfermidade do Pastor Tiago White, que por três anos se afastou do trabalho e aos sofrimentos de vários outros ministros.
No princípio de 1866, atendendo à instrução dada a Ellen White no dia de Natal de
1865 (Testimonies for the Church , vol. II, p. 489), de que os adventistas do sétimo dia
deveriam estabelecer uma instituição de saúde para cuidar dos doentes e comunicar instruções sobre saúde, delinearam-se planos para o Health Reform Institute, que abriu em setembro de 1866.
Enquanto a família White estava em Battle Creek ou de lá saíam, de 1865 a 1868, as
condições físicas do Pastor White levaram-nos a se retirar para uma pequena fazenda, perto de Greenville, Michigan. Longe dos prementes deveres da sede da nossa obra, teve Ellen White oportunidade de escrever; e fez a apresentação da historia do conflito, conforme lhe fora
repetidamente mostrado de maneira mais completa em muitas revelações. Em 1870, foi
publicado The Spirit of Prophecy , vol. I, trazendo a história desde a queda de Lúcifer até o tempo de Salomão. O trabalho dessa série foi interrompido, e somente sete anos mais tarde foi publicado o volume seguinte.
Ao voltarem gradualmente as forças físicas ao Pastor White, também ele teve a
oportunidade de recapitular o avanço da obra e de estudar planos para sua extensão. A obra expande-se
O êxito da primeira reunião campal adventista do sétimo dia, realizada em Wright, Michigan, no verão de 1868, conduziu a planos mais amplos quanto a esses esforços nos anos seguintes. Tomou o Pastor White parte ativa não somente em elaborar planos para essas reuniões, como também em assistir de verão em verão a tantas quantas seus prementes deveres administrativos e falta de saúde persistissem. Os longos períodos de trabalho excessivo durante os dias cheios de luta do começo da obra, a tensão exaustiva dos deveres da Associação Geral e a presidência de varias mesas de instituições, deixaram marcas profundas em sua saúde. Ellen White acompanhava o marido nas viagens, desempenhando plenamente sua parte na pregação e no trabalho pessoal, e, quando podia, dava um avanço
nos escritos.
O inverno de 1872 a 1873 encontrou o casal na Califórnia, no interesse do trabalho
recentemente estabelecido na costa do Pacífico. Foi essa a primeira das várias e extensas viagens para o Oeste realizadas durante os sete anos seguintes. Compreensiva visão foi dada a Ellen White a 1º de abril de 1874, enquanto estava no Oeste, tempo em que lhe foi revelado o maravilhoso caminho no qual a obra devia ampliar-se e desenvolver-se, não somente nos Estados Ocidentais, mas nas distantes terras além-mar. Poucas semanas mais tarde, iniciaram-se reuniões em tendas em Oakland, Califórnia, e em conexão com esse trabalho público, iniciou o Pastor Tiago White a publicação de Signs of the Times.
O colégio de Battle Creek
No outono de 1874 encontramo-los de volta, em Michigan, ajudando no Curso Bíblico,
dirigindo o Pastor e a Sra. White especialmente na dedicação do Colégio de Battle Creek, a 04 de janeiro de 1875. Enquanto Ellen White estava diante do grupo que se reunira vindo de vários estados para a dedicação de que nossa primeira instituição educacional, relatou o que lhe fora mostrado no dia anterior numa visão que acompanhara sua cura física. O quadro engrandecedor da obra que deve ser realizada pelos adventistas do sétimo dia que apresentou, impressionou os obreiros e crentes em assembléia, quanto à importância e necessidade do Colégio. Entre outras coisas contou terem-lhe sido mostrados prelos operando em outras partes da Terra e o desenvolvimento do trabalho bem organizado em vastos territórios do mundo, nos quais os adventistas do sétimo dia, até aquela data, nunca haviam pensado em
entrar.
Escrevendo e viajando
Durante os poucos anos seguintes, muito do tempo da Sra. White foi ocupado em
escrever parte da história do conflito que trata da vida de Cristo e o trabalho dos apóstolos.
Apareceu nos volumes II e III de The Spirit of Prophecy em 1877 e 1878. O Pastor Tiago White estava laboriosamente empenhado em iniciar a Pacific Press em Oakland, planejar e levantar fundos para aumentar o Sanatório de Battle Creek e construir o Tabernáculo de Battle Creek.
Quando a instituição de saúde, recém-estabelecida perto de Sta. Helena, Califórnia, foi visitada no princípio de 1878, foi Ellen White levada a exclamar que vira esses edifícios e seus arredores, numa visão que lhe fora dada sobre a ampliação da obra na costa ocidental. Foi esse o terceiro empreendimento da costa do Pacífico que ela viu na visão de 1874, sendo os outros The Signs of the Times e a Pacific Press.
Durante as sessões das reuniões campais da última parte da década dos setenta, falou
Ellen White a muitos auditórios grandes, sendo o maior deles a congregação reunida na tarde de domingo em Greeveland, Massachussets, no fim de agosto de 1877, tempo em que quinze mil pessoas ouviram-na falar sobre temperança cristão em seus aspectos mais amplos. O relatório de suas viagens e labores durante esse período leva-nos para leste e para oeste, e para noroeste do Pacífico. Encontramo-la escrevendo incessantemente, assistindo às sessões da Associação Geral, cumprindo compromissos nas praças da cidade e na prisão do Estado.
A falta de saúde do Pastor Tiago White levou-o a fazer uma viagem para Texas no
inverno de 1878 a 1879. Foi aí que Artur Daniells, que em anos posteriores foi presidente da Associação Geral e sua esposa, Maria, uniram-se à família White, o jovem Artur como companheiro e enfermeiro do Pastor White e Maria como cozinheira e empregada doméstica.
Morte de Tiago White
Houve períodos durante os dois anos que se seguiram em que o Pastor White passava
bem e estava em condições de continuar o trabalho. Contudo seus longos anos de excessivo trabalho mental e físico haviam-lhe diminuído as forças vitais, e ele entrou no descanso em Battle Creek na tarde do sábado, 06 de agosto de 1881. Em pé, ao lado da forma adormecida do esposo, no serviço funerário, embora privada de sua companhia e assistência, Ellen White prometeu a si mesma avançar na obra que lhe fora confiada.
Logo encontramos novamente Ellen White na costa do Pacifico, sentindo
profundamente a perda do companheiro, mas ardorosamente empenhada em escrever os
capítulos do quarto e último volume da série The Spirit of Prophecy . Nesse volume há tanto tempo esperado, foi apresentada a história do conflito desde a destruição de Jerusalém até o fim do tempo. Ao sair do prelo em 1884 o livro foi recebido. Foi publicada uma edição ilustrada para a colportagem, intitulado The Great Controversy Between Christ and His Angels and
Satan and His Angels e, dentro do breve período de três anos, 50 mil exemplares foram
impressos e vendidos.
Ellen White visita a Europa
Em pouco tempo estava à espera de um chamado da Associação Geral para a Sra.
White, acompanhada do filho, Pastor W. C. White, visitar as missões européias. Ao se
aproximar o tempo da viagem, parecia aos que lhe estavam mais próximos que sua condição física a tornaria impossível. Contudo, obediente ao que lhe parecia ser seu dever, encetou a viagem, foi abençoada fisicamente e passou o tempo, desde o outono de 1885 até o verão de 1887, nos países europeus. De Basiléia, na Suíça, que então era a sede de nossa obra na Europa, fez a Sr. White viagens à Inglaterra, Alemanha, França, Itália, Dinamarca, Noruega e Suécia. O que lhe causou especial interesse foram as duas visitas aos vales valdenses na Itália, onde viu com a7 visão natural lugares relacionados com a visão natural lugares relacionados com a Idade Escura e a Reforma, que vira em visão.
Tanto em Basiléia, na Suíça, como em Christiania (agora Oslo), na Noruega,
reconheceu Ellen White os prelos como sendo os que lhe haviam sido mostrados na
compreensiva visão de 3 de janeiro de 1875, em que viu muitos prelos operando em terras de além-mar.
O conselho dado por Ellen White aos nossos obreiros europeus nos dias de formação
da obra, muito significou no estabelecimento de normas e planos corretos, que Deus
grandemente abençoou para o avanço de Sua causa.
O Conflito dos Séculos e Patriarcas e Profetas
Ao ser o volume IV do The Spirit of Prophecy , recentemente publicado, exigido nas
línguas européias, sentiu Ellen White que devia escrever de maneira mais completa o que lhe fora apresentado nas cenas do conflito, e assim empreendeu a obra de ampliar, resultando no livro conhecido hoje como O Conflito dos Séculos , que pela primeira vez foi publicado no ano de 1888. De novo nos Estados Unidos, Ellen White estabeleceu seu lar em Healdsburg, Califórnia, mas assistiu à reunião da Associação Geral, em Mineápolis, Minnesota, em 1888, e que por tanto tempo seria lembrada, e nos meses seguintes viajou, pregou e trabalhou em Patriarcas e Profetas , que apareceu no ano de 1890.
Trabalhos finais
Na assembléia da Associação Geral de 1891, foi apresentado à Sra. White um chamado urgente para ir à Austrália dar conselho e ajudar no estabelecimento de planos para a obra naquele campo recém-penetrado. Atendendo a esse apelo, em dezembro de 1891,
chegou à Austrália acompanhada do filho, Pr. W. C. White e de vários de seus auxiliares. Sua presença no campo australiano foi muito apreciada pelos novos crentes e suas mensagens de conselho concernentes ao desenvolvimento da obra se demonstraram uma grande benção em estabelecer firmemente o interesse denominacional nesse continente do Sul. Em sua primeira visita a nossa publicadora, aí novamente reconheceu a Sra. White os prelos como estando entre os que lhe haviam sido mostrados em janeiro de 1875.
Não muito depois de sua chegada, viu Ellen White claramente a urgente necessidade
de uma instituição de ensino na Austrália, para que a mocidade adventista do sétimo dia pudesse ser educada em nossas escolas, e assim fossem preparados obreiros para o trabalho na terra natal e nos campos estrangeiros. Atendendo aos seus muitos apelos, realizou-se o que parecia impossível, abrindo uma escola bíblica na cidade de Melbourne, na Austrália, em 1892. Durante quatro anos realizou-se bom trabalho em sede alugada, mas durante essetempo fervorosos apelos escritos e orais da Sra. White mostraram que o plano do Senhor exigia que a escola se localizasse em zona rural.
A escola de Avondale
Não foi senão depois de Deus ter mostrado claramente a Sua aprovação que se comprou a propriedade de Avondale e, para animar os que se empenhavam nesse empreendimento pioneiro, comprou a Sra. White um lote de bom tamanho, fazendo sua casa ao lado da nova escola. Essa escola, foi nos dito, seria um modelo do que a nossa obra educacional deveria ser, e Deus tem abençoado ricamente seu trabalho.
Durante os muitos e difíceis dias do trabalho na Austrália, Deus deu farta evidência de que as realizações lhe eram bem agradáveis, e ricamente recompensou os ardorosos esforços para dirigir essa obra em harmonia com a sua instrução encontrada em Sua Palavra e enviada ao Seu povo por meio da mensageira que Ele escolhera.
Para administrar devidamente a obra em desenvolvimento no campo australiano, foi o
território organizado numa união-associação, a primeira união-associação dos adventistas do sétimo dia. Uma pessoa que teve parte na obra administrativa da união-associação recém organizada foi o Pr. A. G. Daniells, que com a esposa fora enviado para a Nova Zelândia em 1888, como missionário. Sua associação com a Sra. White e a aceitação de seus conselhos ao enfrentar os presentes problemas administrativos do campo, ajudava a prepará-lo para a obra maior que lhe foi confiada quando, depois da sessão Associação Geral de 1901, foi escolhido para levar as pesadas responsabilidades da liderança da Associação Geral.

Começa a obra médica
Nem bem havia começado devidamente a obra educacional em Avondale e já se
faziam planos para começar o trabalho médico-missionário. A isso não somente deu Ellen White forte apoio moral, mas contribuiu liberalmente com parte de seus limitados meios, para ajudar a tornar possível a consecução de um sanatório. De fato, havia poucas igrejas construídas na Austrália, ou poucos ramos de atividades inaugurados durante os oito anos de residência da Sra. White ali, que não se beneficiaram de seu liberal apoio financeiro.
Seja como for, além de seu muito interesse na obra local desse campo pioneiro,
encontrou a Sra. White tempo para escrever milhares de páginas que atravessaram os mares e levaram oportuno conselho e direção aos que levavam responsabilidades como líderes da causa. Também semanalmente fornecia artigos para a Review and Herald , Signs e Instructor .
Não é de estranhar, portanto, que sua obra de preparar livros fosse grandemente demorada e não foi senão em 1898 que foi completado e apareceu O Desejado de Todas as Nações. O Maior Discurso de Cristo precedeu-o em dois anos, e Parábolas de Jesus e Testimonies for the Church , vol. VI, seguiram-no em 1900.
Volta aos Estados Unidos
Foi para todos uma surpresa quando, certo dia de 1900, Ellen White disse à família eaos coobreiros que naquela noite recebera instrução de que devia voltar à América. Do ponto
de vista da obra na Austrália parecia ser o tempo mais inoportuno para ela partir, mas Aquele cujos olhos vigiam a causa como um todo e que penetra no futuro, bem conhecia a necessidade de sua presença nos Estados Unidos durante a crise que dominou os primeiros anos do nosso século.
Estabelecendo seu lar em “Elmshaven”, a poucos quilômetros da cidade campesina de
Sta. Helena, ao noroeste da Califórnia, a Sra. White gastou os quinze anos de vida restantes no preparo de livros, escrevendo, fazendo trabalho pessoal e viajando. Nem bem se havia estabelecido devidamente em Sta. Helena e já recebia um convite para assistir em Battle Creek, Michigan, à sessão da Associação Geral de 1901. Nessa importante reunião deu semhesitar seu testemunho, apelando para a reorganização da obra da Associação Geral dos Adventistas do Sétimo Dia, a fim de que fossem providos completamente meios para atender aos crescentes interesses da causa. Efetuou-se a reorganização, abrindo caminho para ampla
distribuição das crescentes responsabilidades que, até aquele tempo, tinham sido levadas por bem poucos homens. O plano de que as organizações uniões-associações ficassem entre a Associação Geral e as associações locais foi reorganizado e efetivado, e foram organizados departamentos da Associação Geral. Esses passos abriram o caminho para a grande expansão e desenvolvimento de nossa obra denominacional.
Dois anos mais tarde a obra da Review and Herald Publishing Association mudou-se
de Battle Creek para a costa oriental e, em harmonia com o conselho direto do Senhor,
estabeleceu-se em Takoma Park. Durante quase um ano levou avante o trabalho ali e seus documentos traziam cabeçalho de Takoma Park. A presença da Sra. White na sede
denominacional, recém-escolhida, ajudou a firmar o crédito da mudança que se fizera. Os laboriosos anos finais
Poucos meses depois de sua volta a Sta. Helena, na última parte de 1905, saiu do
prelo o livro A Ciência do Bom Viver , dedicado ao interesse da cura do corpo e da alma.
Educação fora publicado em 1903, e dois volumes dos Testimonies , o VII e o VIII, foram publicados em 1902 e em 1904, respectivamente.
Antes de deixar Washington, animaram-se os obreiros do sul da Califórnia a conseguir
a propriedade do sanatório de Loma Linda, fazendo-se apelos para o início da obra educativa médico-missionária na costa do Pacífico. A obra apertada de livros da Sra. White foi freqüentemente interrompida, durante os poucos anos seguintes, pelas viagens a Loma Linda para animar os obreiros locais, e ao sanatório Paradise Valley, perto de San Diego, que ela pessoalmente ajudara a iniciar em 1903.
Encontramos a Sra. White de volta novamente a Washington, em 1909, assistindo a
uma sessão da Associação Geral. Depois dessa reunião em cumprimento de um desejo há
muito acariciado no coração, visitou sua velha cidade de Portland, Maine. Ali deu, de novo, seu testemunho naquele lugar histórico em que seu trabalho tivera começo, 65 anos antes. Foi essa sua última viagem aos Estados do Leste, e permanece na memória do oeste para leste.
Reconhecendo que poucos dias lhe restavam, com todo o ardor empenhou-se Ellen
White na rápida produção de certo número de livros que apresentavam instruções essenciais à igreja, entre eles o Testimonies for the Church , vol. IX, publicado em 1909. Em 1911 apareceu Atos dos Apóstolos . Em 1913 foi publicado Conselhos aos Professores, Pais e Estudantes , e em 1914 foi terminado e enviado para o prelo o manuscrito de Obreiros Evangélicos . Os meses finais ativos da vida da Sra. White foram dedicados ao livro Profetas e Reis.
Na manhã do sábado, 13 de fevereiro de 1915, ao entrar Ellen White em seu confortável
gabinete de estudos, tropeçou e caiu, e viu que não podia levantar-se. Foram buscar auxílio e logo se verificou que o acidente era sério. O exame de raios-X revelou uma fratura no quadril, e a Sra. White ficou durante cinco meses confinada à cama ou na cadeira de rodas.
Suas palavras a amigos e parentes durante as últimas semanas de vida indicam um
sentimento de alegria, e o senso de ter realizado fielmente a obra que o Senhor lhe confiara, confiança de que a obra de Deus avançaria até seu triunfo final, mas a preocupação de que os membros individuais da igreja, especialmente nossos jovens, reconhecessem o tempo em que estávamos e o sério preparo necessário para encontrar o Senhor em Sua vinda.
Os trabalhos da vida de Ellen White terminaram a 16 de julho de 1915, na idade
madura de oitenta e sete anos bem passados, e foi posta a descansar ao lado do esposo no cemitério de Oak Hill, em Battle Creek, Michigan. Embora a voz esteja silente e a pena infatigável descansando, contudo, as preciosas palavras de instrução, conselho, admoestação e encorajamento sobrevivem, para guiar a igreja remanescente até o fim do conflito e o dia da
vitória final.

A chegada do Adventismo ao Brasil


Há 110 anos era organizada a primeira igreja adventista no Brasil.

Corria o ano de 1884. Um jovem alemão conhecido como Borchardt, residente em Brusque, Santa Catarina, envolve-se em uma briga, ferindo gravemente seu oponente. Com medo da polícia, resolve fugir em direção ao Porto de Itajaí. Lá chegando, embarca clandestinamente em um navio que rumava para a Alemanha. Numa das escalas, acaba conhecendo dois missionários adventistas que lhe perguntam se conhece algum protestante no Brasil. Meio desconfiado, Borchardt responde que seu padrasto, Carlos Dreefke, é luterano. Os missionários pedem-lhe o endereço de Dreefke, deixando claro que o único interesse deles é enviar literatura religiosa para o Brasil.

Alguns meses depois, um pacote contendo revistas adventistas em alemão chega à Colônia de Brusque, endereçado a Carlos Dreefke e com selo de Battle Creek, Estados Unidos. A encomenda é aberta na casa comercial de Davi Hort, um típico casarão colonial de dois pavimentos, distante oito quilômetros do atual centro de Brusque. Dreefke, ainda meio desconfiado, toma para si uma das revistas, com inscrição de capa A Voz da Verdade, e distribui as outras nove para seus amigos que ali estavam.

Com o tempo, algumas famílias demonstraram interesse por aquelas publicações que falavam, dentre outras coisas, na segunda vinda de Cristo, num estilo de vida mais saudável e na importância de se reservar o sábado para atividades de cunho religioso. Continuaram a pedir mais literatura, usando o nome do Sr. Dreefke que, com medo de que algum dia lhe mandassem a conta de todas as revistas, acabou cancelando os pedidos futuros.

A frustração foi geral. Quem poderia assumir agora a responsabilidade pelas revistas? Um polonês de nome Chikiwidowski chegou a se responsabilizar pelos pedidos, mas seu entusiasmo durou pouco. Foi então que uma terceira pessoa entrou na história: Frederich Dressler.

Dressler era filho de um pastor luterano, na Alemanha. Foi expulso de seu país por ser alcoólatra. Aproveitando as correntes migratórias para o Brasil, veio parar em Brusque. Trabalhou como professor, mas toda a sua renda era gasta em bebida. Quando Dressler ouviu falar das tais revistas adventistas que eram enviadas de graça, resolveu fazer um pedido, com a intenção de vendê-las para alimentar o vício que o destruía.

As revistas (como a Hausfreund , “Amigos do Lar”) chegaram e, com elas, alguns livros. Entre eles, um muito especial: o Comentário Sobre o Livro de Daniel , de Uriah Smith. Após a leitura desse livro, Guilherme Belz se tornaria – anos mais tarde – o primeiro no Brasil a reconhecer o sábado como dia de descanso, através da literatura adventista.

Em certas ocasiões, enquanto Dressler caminhava pelas ruas em busca de compradores, os folhetos caíam-lhe das mãos trêmulas. Como não havia muito papel espalhado pelo chão naquela época, as pessoas, curiosas, apanhavam os folhetos e os liam. Sem saber, Dressler prestou grande contribuição à causa adventista que ensaiava seus primeiros passos em terras brasileiras.

A Sociedade Internacional de Tratados dos Estados Unidos enviou centenas de dólares em literatura, que Dressler transformou em cachaça. Na venda de Davi Hort, Dressler trocava as revistas e folhetos por bebida. O Sr. Davi as usava como papel de embrulho. E foi dessa forma que a mensagem adventista conseguiu se espalhar mais e mais, como folhas de outono, alcançando famílias e corações nos quais a semente do evangelho começava a germinar.

O primeiro converso no Brasil

Guilherme Belz nasceu na Pomerânia, Alemanha, em 1835. Veio para o Brasil e estabeleceu-se na região de Braunchweig (hoje Gaspar Alto), a cerca de 18 quilômetros de Brusque. Certa ocasião, ao voltar das compras na Vila de Brusque, notou algo de especial em uma das mercadorias. O papel de embrulho trazia um texto escrito em alemão. A leitura do impresso deixou Belz pensativo por várias semanas, até que, ao visitar o irmão Carl, descobriu que este havia comprado um livro do alcoólatra Frederich Dressler – livro que “coincidentemente” tratava, dentre outras coisas, do mesmo assunto do folheto.

O Comentário Sobre o Livro de Daniel, de Uriah Smith, também estava escrito em alemão. Ao tentar pegá-lo da estante, Guilherme derrubou-o no chão. O livro se abriu justamente no capítulo intitulado “O Papado Muda o Dia de Repouso”. Este título fez Belz recordar sua juventude na Alemanha.

Nascido em uma família luterana, Guilherme tinha por hábito ler a Bíblia, mas algo o intrigava: “Se apenas o sábado é mencionado nas Escrituras, por que guardamos o domingo?” Sua mãe Luise e o pastor de sua igreja desconversavam e, por isso, a resposta teve de aguardar muitos anos.

Como estava com pressa, Guilherme despediu-se de Carl levando emprestado o livro – segurando-o como se houvesse descoberto um tesouro precioso. Chegando em casa, ele investigou o assunto do sábado mais a fundo, comparando o conteúdo do livro com a sua Bíblia. Finalmente, Belz convenceu-se da santidade do sábado. Guilherme tinha então 54 anos e tornava-se, assim, o primeiro a reconhecer, no Brasil, o sábado como dia do Senhor, graças à literatura adventista. Os Belz não demoraram a espalhar sua nova crença pela região. Pouco tempo depois, algumas famílias já se reuniam para estudar a Bíblia e orar.

Em maio de 1893, por designação da Associação Geral da Igreja Adventista do Sétimo Dia, o missionário Albert B. Stauffer chegou ao Brasil. Juntamente com outros missionários, Stauffer espalhou a literatura adventista em Indaiatuba, Rio Claro, Piracicaba e outras localidades. Assim, os primeiros interessados na mensagem adventista, em São Paulo, foram surgindo. O mesmo aconteceu no Estado do Espírito Santo, onde Stauffer espalhou vários livros O Grande Conflito.

Os adventistas que, em São Paulo e no Espírito Santo, observavam o sábado e criam na volta de Jesus estavam totalmente alheios à existência dos irmãos de Santa Catarina que, já há alguns anos, professavam a mesma fé.

Em agosto de 1894, chegou ao Brasil outro missionário adventista: William Henry Thurston. Acompanhado da esposa Florence, Thurston veio dos Estados Unidos com a missão de estabelecer um entreposto de livros denominacionais no Rio de Janeiro, para atender aos missionários no Brasil. Com ele vieram duas grandes caixas de livros e revistas impressos em inglês, alemão e pouca coisa em espanhol. Na época, não havia nada publicado em português, pois a Casa Publicadora Brasileira só iniciaria suas atividades a partir de 1900.

Para chegar ao seu destino, muitos impressos eram despachados nos navios oceânicos, outros nos barcos fluviais a vapor (ou mesmo a remo), outros ainda em carros de boi, em lombo de burro e, às vezes, em alguns lugares, nas costas dos missionários.

O primeiro pastor adventista a visitar o Brasil
O mesmo navio – Magdalena – que trouxe o casal Thurston ao Brasil levou o Pastor Frank Henry Westphal para a Argentina. Eram poucos os primeiros representantes da Igreja Adventista no continente sul-americano, na época. No final de 1894, num território de 15.500.000 quilômetros quadrados, somente dez homens se dedicavam à proclamação da fé adventista, oralmente ou por escrito. Um deles era o Pastor Westphal, os outros eram os colportores-missionários. Mas, em apenas cinco anos, os vinte já eram duzentos!

Neste mesmo ano – 1894 – o missionário Albert Bachmeyer chegou ao Estado de Santa Catarina. Grande foi sua alegria quando, ao oferecer seus livros a uma família em Brusque, descobriu que havia adventistas ali. Imediatamente, transmitiu a boa notícia a Thurston que, por sua vez, escreveu informando o Pastor Westphal, na Argentina.

Westphal foi o primeiro ministro adventista enviado para servir na América do Sul. Ordenado ao ministério em 1883, em Michigan, dedicou-se à missão urbana de Milwaukee e lecionou História no Departamento Alemão do Union College. Em 1894 foi chamado para servir no continente sul-americano.

Em fevereiro de 1895, o Pastor Westphal desembarcou no Rio de Janeiro, onde o esperavam o casal Thurston e o colportor A. B. Stauffer. Acompanhado por Stauffer, o Pastor Westphal seguiu primeiro para o interior de São Paulo, para batizar os primeiros conversos naquele Estado. Guilherme Stein Jr. foi o primeiro adventista brasileiro a ser batizado, numa manhã de abril do ano de 1895. Seu batismo foi realizado no rio Piracicaba, que na língua indígena significa colheita de peixes. Stein Jr. desempenhou papel importante na Obra Adventista do Brasil como missionário, evangelista, professor, administrador, redator e editor.

No dia 30 de maio de 1895, o Pr. Westphal chega em Brusque, e lá encontra os primeiros grupos de conversos ao adventismo, no Brasil. Emocionados, os novos conversos ouviram pela primeira vez a pregação de um ministro adventista. Em oito de junho de 1895, foi realizado o primeiro batismo de oito pessoas no rio Itajaí-Mirim, uns cinco ou seis quilômetros acima da Vila de Brusque. Três dias depois, o Pastor Westphal realizou o segundo batismo, em Gaspar Alto. Naquele dia, mais 14 pessoas foram batizadas. Com esse grupo de conversos catarinenses foi organizada a primeira congregação adventista do sétimo dia no Brasil, tendo como primeiro-ancião Augusto Olm e diácono, Guilherme Belz (no ano seguinte, 1896, foi construído o primeiro templo em Gaspar Alto).

Em 14 de dezembro de 1895, foi realizado o primeiro batismo adventista no Estado do Espírito Santo. Na ocasião, 23 pessoas foram batizadas, tornando-se membros da Igreja Adventista do Sétimo Dia.

Poucos anos depois, grupos de conversos adventistas já realizavam a Escola Sabatina em Campos dos Quevedos e Taquari (RS), Brusque e Joinville (SC), Curitiba (PR), Rio Claro e Indaiatuba (SP), Santa Maria (ES) e Teófilo Otoni (MG). O árduo trabalho dos missionários pioneiros prosperava, e mais e mais pessoas eram salvas para o Reino de Deus. Daquele humilde início, com algumas dezenas de conversos espalhados aqui e ali, hoje a Igreja Adventista do Sétimo Dia pode louvar a Deus pelo seu rápido crescimento. Dos dez milhões de membros que a igreja tem no planeta, mais de um milhão estão no Brasil, o que o torna o país com a maior presença adventista no mundo.

Nossa missão hoje não é menos importante que a iniciada pelos pioneiros, com esforço e muita dedicação. Eles prepararam o caminho e espalharam a preciosa semente da verdade. Cabe a nós terminar a colheita para que Cristo volte logo e encerre nossa peregrinação. Maranata!


Desenvolvimento cronológico resumido da
Obra Adventista no Brasil



1884 — O pacote contendo dez revistas Arauto da Verdade , em alemão, chega a Brusque, SC.

1890 — Surgem os primeiros observadores do sábado em Gaspar Alto, SC. Guilherme Belz é o pioneiro.

1893 — Albert B. Stauffer, primeiro missionário enviado ao Brasil pela Associação Geral, chega ao País.

1894 — (1) Albert Bachmeier encontra observadores do sábado em Brusque e em Gaspar Alto; (2) W. H. Thurston chega ao Rio de janeiro com dois caixotes de livros, estabelecendo naquela cidade um depósito de livros.

1895 — (1) Pastor Frank H. Westphal chega ao Rio de janeiro em fevereiro. Acompanhado por Albert Stauffer, inicia uma viagem realizando batismos em São Paulo e terminando com a cerimônia batismal de Gaspar Alto, em junho; (2) No mesmo mês, a primeira igreja adventista do Brasil é organizada em Gaspar Alto; (3) No mês de julho, os irmãos Berger chegam ao Brasil para colportar; (4) Pastor H. F. Graf chega ao Brasil em agosto e, em dezembro, realiza o batismo em Santa Maria do Jetibá, no Espírito Santo; (5) É criada a Missão Brasileira da IASD.

1896 — (1) Pastor Spies chega ao Brasil e batiza 19 pessoas em Teófilo Otoni, Minas Gerais; (2) Em julho começa a funcionar o Colégio Internacional de Curitiba, PR, a primeira escola particular adventista.

1900 — (1) Além da escola paroquial já existente em Gaspar Alto, começa a funcionar a escola missionária, sob a direção do Pastor John Lipke; (2) Começa a ser publicada a revista O Arauto da Verdade , em português, mas ainda em tipografia secular. Guilherme Stein foi seu primeiro editor.

1903 — Em agosto, o Colégio Superior de Gaspar Alto é transferido para Taquari, RS. A escola paroquial da igreja de Gaspar Alto, entretanto, continuou funcionando.

1904 — (1) O Pastor Ernesto Schwantes visita o comerciante José Lourenço Mendes, em Santo Antônio da Patrulha, RS. Surgem as igrejas de Campestre e Rolante e inicia-se a transição do adventismo das colônias alemãs para todo o Brasil; (2) Pastor Lipke consegue, nos EUA, a doação de um prelo para o Brasil.

1905 — O prelo é montado no colégio de Taquari, RS. A Sociedade Internacional de Tratados no Brasil (embrião da Casa Publicadora Brasileira) inicia suas atividades gráficas.

1907 — A Casa Publicadora Brasileira (então conhecida como Tipografia Adventista de Taquari) é transferida de Taquari para São Bernardo do Campo, São Paulo.

1911 — (1) José Amador dos Reis, da igreja de Rolante, ingressa na colportagem, passando depois à obra bíblica, na qual foi ordenado ao ministério, tornando-se o primeiro pastor adventista brasileiro ordenado (em 1920); (2) É organizada a União Brasileira, com sete campos, 68 igrejas e 1.550 membros.


Michelson Borges é redator da Casa Publicadora Brasileira e autor dos livros A Chegada do Adventismo ao Brasil (Casa) , A História da Vida, Por Que Creio e Nos Bastidores da Mídia
(seu blog: www.michelsonborges.blogspot.com)



Fonte: http://www.mpv.org.br

quarta-feira, 2 de janeiro de 2008

Congregação Cristã no Brasil


A Congregação Cristã no Brasil é um grupo religioso cristão de origem norte americana e está presente em território nacional desde 1910, trazida pelo italiano Louis Francescon.

Origem

No início do Século XX, na cidade de Chicago, na 943 W. North Ave (semelhantemente à Rua Azuza em Los Angeles, CA), havia uma missão Pentecostal que anunciava a Promessa do Espírito Santo, com evidência de se falar novas línguas. Louis Francescon um antigo presbiteriano-valdense, visitou aquele serviço a convite e, teria recebido, conforme suas palavras, uma confirmação Divina de que aquela obra era de Deus.

Após visitar por um certo tempo a Missão da North Avenue, Francescon introduziu em 1907, a doutrina do Batismo no Espírito Santo em sua igreja chamada de Assemblea Cristiana.

Vindo para o Brasil em 20 de abril de 1910, Francescon realizou o primeiro batismo em Santo Antonio da Platina, Paraná, batizando o italiano Felicio Mascaro e mais dez pessoas; depois dirigiu-se para a cidade de São Paulo, onde foram batizadas mais vinte pessoas. Durante muitos anos, os fiéis se reuniram sem denominação alguma e somente após adquirir seu primeiro prédio na cidade de São Paulo, escolheu-se o nome "Congregação Cristã do Brasil". Nos anos 60 por questões internas passou a denominar-se "Congregação Cristã no Brasil". Possuiu maioria italiana até a década de 1930, e desde então, passaram a preponderar as demais etnias e, desde 1950, está presente em todo território brasileiro e em diversos países do mundo.

Em 2007 há quase 18 mil igrejas espalhadas em todo o mundo (16.926 no Brasil) e cerca de 2,6 milhões de fiéis no Brasil. Atualmente são batizadas cerca de 100.000 pessoas por ano[1]Sua igreja central é estabelecida em São Paulo, no bairro do Brás, onde o Ministério reúne-se anualmente em Assembléia Geral e são estabelecidas convenções aplicadas em todas as congregações.

A Congregação Cristã possui igrejas nas seguintes localidades, segundo seu Relatório Anual de 2007: Africa do Sul, Alemanha, Andorra, Angola, Argentina, Bélgica, Bolívia, Cabo Verde, Canadá, Chile, Colômbia, Costa Rica, El Salvador, Equador, Espanha, Estados Unidos, França, Gana, Grécia, Guatemala, Guiana, Guiana Francesa, Guiné-Bissau, Holanda, Honduras, Índia, Inglaterra, Irlanda, Israel, Itália, Japão, México, Moçambique, Nicarágua, Nigéria, Nova Zelândia, Panamá, Paraguai, Peru, Portugal, República Democrática do Congo, República do Congo, República Dominicana, São Tomé e Príncipe, Síria, Suiça, Suriname, Uruguai, Venezuela e Zimbábue.

Doutrina

No ano de 1927 na cidade de Niagara Falls, NY, houve uma Assembléia Geral da Congregação Cristã, onde foram definidos seus 12 Artigos de Fé:

Crença na Bíblia como sendo a infalível palavra de Deus, inspirada pelo Espírito Santo (II Pedro 1:21; II Timóteo 3:16-17; Romanos 1:16);
Crença na existência de um só Deus, com três pessoas distintas (Efésios 4:6; Mateus 28:19; I João 5:7);
Crença na natureza divina e humana de Jesus Cristo, e na sua morte por culpa de todos os homens (Lucas 1: 27-35; João 1:14; I Pedro 3:18);
Crença na existência pessoal do diabo e seus anjos, que estão condenados ao fogo eterno (Mateus 25:41);
Crença no novo nascimento pela fé em Jesus Cristo, e na sua ressurreição para tornar justos os crentes, assim a salvação da alma através da [[fé] (Romanos 3:24-25; I Corintos 1:30; II Corintos 5:17).
Prática do batismo nas águas, com uma só imersão, para perdão de pecados (Mateus 28:18-19);
Crença no batismo do Espírito Santo, com a evidência inicial de falar em novas línguas (Atos 2)].
Prática da Santa Ceia anualmente, com um só pão partido com a mão e um só cálice, para relembrar a morte de Jesus Cristo (Lucas 22:19-20; I Corintos 11:25-25).
Crença de se abster da idolatria, da fornicação, e de sangue e carne sufocada (Atos 15:28-29; 16-4; 21-25).
Prática da unção com óleo para apresentar o enfermo ao Senhor (Mateus 8:17; Tiago 5:14-15).
Crença no retorno de Jesus Cristo e no arrebatamento dos fiéis (I Tessalonissenses 4:16-17; Apocalipse 20-6);
Crença na ressurreição dos mortos em novos corpos; no Juízo Final e no tormento eterno para injustos e vida eterna para os justos (Atos 24:15; Mateus 25:46).

Práticas
Culto
O culto da Congregação Cristã no Brasil segue uma ordem pré-estabelecida, mas sem uma liturgia fixa, assim os pedidos de hinos, orações, testemunhos e a pregação da Bíblia são feitos de forma espontânea, crendo serem baseados na inspiração do Espírito Santo. Os serviços são solenes com uma atmosfera formal; desse modo evitam-se manifestações individualizantes, mas preza-se a participação coletiva. Há uma série de práticas no culto como o uso do véu pelas mulheres; o uso do ósculo entre irmãos e irmãs de per si; assento separado, no salão de culto, entre homens e mulheres

Ministérios e Cargos

A Congregação Cristã no Brasil possui um ministério organizado, servindo sem expectativas de receber salários [2] e é distribuído segundo as necessidades de cada localidade, a saber:

Ancião - responsável pelo atendimento da Obra, realização de batismos, santas ceias, ordenação de novos obreiros (anciães e diáconos), eleição de Cooperadores do Ofício Ministerial, encarregado de conferir ensinamentos à igreja, cuidar dos interesses espirituais e do bem-estar da igreja, entre outras funções;
Diácono - responsável pelo atendimento assistencial e material à igreja. É auxiliado por irmãs obreiras chamadas de "Irmãs da Obra da Piedade". Assim como o ancião, atende a diversas congregações de sua região;



Cargos


Cooperador do Ofício Ministerial - responsável pela cooperação e presidência de cultos em uma determinada localidade, não podendo realizar batismos. Existe um Cooperador somente para atender reuniôes de Jovens.
Músico - membro habilitado e depois de passar por testes musicais é oficializado para tocar nos cultos e demais reuniões.
Encarregado de Orquestras - músico oficializado, designado para organizar ensaios musicais da Orquestra da Congregação e ensinar a música. As "Examinadoras" são organistas oficializadas, designadas para avaliar organistas aprendizes no processo de oficialização;
Administração - ministério material, constituído por Presidente, Tesoureiro, Secretário, Auxiliares da Administração, Conselho Fiscal e Conselho Fiscal Suplente, sendo que os administradores são empossados ou reempossados de 3 em 3 anos e o Conselho Fiscal anualmente, na época da Assembléia Geral Ordinaria (AGO)ou em casos específicos Assembléia Geral Extaordonaria(AGE);

Para construções de templos, utilizam-se de volutariado mobilizado em esquema de mutirão. Para outros serviços burocráticos das igrejas como portaria, limpeza, som, etc.. também são escolhidos dentre os membros, voluntários que não possuem expectativa de receber salário.

Organização
Segundo seus Estatutos, a Congregação Cristã no Brasil não possui registro de membros, considerando que estes devem responder somente a Deus; não prega o dízimo e mantem-se pelo espírito voluntário dos seus membros, que contribuem com coletas secretas e exercem seus ministérios sem a expectativa de receber dinheiro ou bens materiais.

As mudanças de caráter doutrinário na Congregação Cristã no Brasil são discutidas em assembléia anual e pelo Conselho de Anciãos, que é formado pelos anciãos mais velhos em ministério e não necessariamente de idade. Nestas assembléias são considerados "Tópicos de Ensinamentos", os quais, tomados em reuniões e por oração, tratam de assuntos relacionados à doutrina, costumes e comportamento na atualidade.

A Orquestra

A Congregação Cristã no Brasil possui uma orquestra de música sacra muito valorizada. Ela provê aos fiéis escolas musicais gratuitas em suas dependências.

Atualmente, possui em sua orquestra os seguintes instrumentos:

Violino,Viola, Violoncello; Flauta transversal; Oboé; Fagote; Clarinete; Clarone; Acordeon; Saxofone-sopranino, soprano, alto, tenor, barítono e baixo; Trompete; Pocket; Cornet; Trompa; Trombonito; Trombone; Saxhorn; Bombardino; Bombardão; Sousafone; Flugelhorn e Orgão, sendo esse último de liberdade de execução somente de mulheres e os demais instrumentos somente de homens.

O hinário da Congregação Cristã no Brasil, intitula-se "Hinos de Louvores e Súplicas a Deus" e encontra-se na sua quarta edição datada de 1965, quando foram adicionadas novas melodias e poesias. Possui muitas melodias de autores norte americanos e italianos, com algumas poesias traduzidas e semi-traduzidas do inglês e do italiano. Possui 450 hinos, tendo entre eles, especiais para Batismos, Santas Ceias, Funerais, 50 para as "Reuniões de Jovens e Menores", e sete coros.

O livro original chamava-se Inni e Salmi Spirituali, publicado, no começo do século XX, pela Assemblea Cristiana Italiana de Chicago, Ill USA.

Os hinários com notação musical seguem o modelo europeu, contendo as claves de Sol e de Fá, e estão escritos para instrumentos em Dó maior, Mi bemol maior e Si bemol maior.

A Congregação Cristã não produz gravações em disco de seus hinos, nem mesmo as autoriza.

Política

A Congregação Cristã no Brasil crê na separação total entre Estado e religião, sendo uma organização religiosa totalmente apolítica, sem ligação nem manifestação de apoio ou repúdio a causas ou partidos políticos, candidatos a cargos públicos e nem mesmo ongs ou qualquer outra instituição governamental ou não. Se algum membro de seu corpo ministerial aceitar cargos políticos, deverá renunciar ao seu cargo congregacional[3] . Seus fiéis são livres para exercer suas obrigações de cidadão conforme sua consciência, todavia é aconselhado aos próprios a refutarem quaisquer tendências políticas que corroborem com uma doutrina de natureza anticristã. Por fim, considera-se permissão Divina o estar no poder.

Mídia

A Congregação Cristã no Brasil não possui propaganda em meios de rádio, televisão, internet, imprensa escrita, ou qualquer outro tipo de propagação de sua doutrina que não seja o frequentar de qualquer de suas igrejas pelos interessados em conhecê-la.

sexta-feira, 28 de dezembro de 2007

Igreja Quadrangular no Brasil


Em 1946, Hermínio Vasquez e Harold Edwin Willians vieram ao Brasil, oriundos da Bolívia. Entraram por Porto Velho (Rondônia) e foram para Manaus e Belém. Continuaram viagem até Santos, São Paulo e Poços de Caldas (MG).
Em 1951, veio de volta ao estado de São Paulo, em São João da Boa Vista. Iniciou-se aí a primeira igreja no Brasil do Evangelho Quadrangular, com o nome de Igreja Evangélica do Brasil, ramo da Igreja do Evangelho Quadrangular mundial.
Harold Edwin Willians foi o fundador da Igreja do Evangelho Quadrangular no Brasil (IEQ). Nasceu em Hollywood (sendo anteriormente ator de filmes de cowboys), Estados Unidos, no dia 27 de novembro de 1913. Fundou a IEQ em 1951.
Em 1953 a denominação passou-se a chamar Cruzada Nacional de Evangelização.
Em 1955 passou a se chamar Igreja do Evangelho Quadrangular.
IEQ Curitiba, em 1955.
Ponta Grossa em 1958.
Florianópolis (SC), Juiz de Fora (MG) e Rio de Janeiro, em 1956.
Anápolis (GO) e Manaus (AM), no ano de 1959.

Fonte: http://www2.uol.com.br/bibliaworld/igreja/historia/quadrang.htm
Estrutura da Igreja

Igreja do Evangelho Quadrangular - Cruzada Nacional de Evangelização
Fundada em São João da Boa Vista - SP a 15 de novembro de 1.951, pelo missionário da Foursquare Church Gospel Pastor Harold Edwin Willians, auxiliado pelo Pastor Jesus Hermirio Vasquez Ramos. O primeiro natural de Los Angeles-EUA e o segundo natural do Peru.
A obra começou numa casa na cidade de Poços de Caldas ,junto com uma escola de inglês indo depois para São João da Boa Vista onde foi construído pelos fundadores um pequeno templo.
Em 1.952 vieram para a capital de São Paulo realizar campanhas evangelísticas a convite de um pastor da igreja Presbiteriana do Cambuci e pouco tempo depois foram para uma tenda de lona no mesmo bairro vindo a seguir para o bairro da Água Branca, dali saindo para o salão da rua Brigadeiro Galvão, 713. A tenda passou então a viajar pelo estado de São Paulo como a tenda número um, nos salões da rua Brigadeiro Galvão as senhoras da igreja começaram a ajudar um irmão que havia trabalhado muito tempo com um circo e que as ensinou a costurar tendas. As tendas compradas ou fabricadas na própria igreja saíram peregrinando e em cada novo local, Casa Verde, Americana, Limeira, Vitória, Curitiba e vários outros, numa onda contagiante, o movimento crescia e cada tenda dava origem a um novo núcleo que se constituia em uma nova igreja. Na década de sessenta já sob a liderança do Pastor George Russell Faulkner estabeleceu-se a meta de levar a mensagem à cada capital de estado sendo depois espalhada nos outros municípios. As tendas passavam e deixavam uma nova comunidade formada. O final da década de setenta e a de oitenta foram marcadas além do evangelismo dinâmico pela construção de grandes e belos Templos.
Em 1.997 já contávamos com 5.530 Igrejas e Obras Novas (que estão funcionando em 2.026 Templos , 1.778 Salões, 1.726 Tabernáculos de madeira).

Ministério
Membros totais: 15.023 (5.951 mulheres)
Ministros Aspirantes: 1.488
Obreiros Credenciados
Diáconos - 38.000
Membros - Aproximadamente 1.220.000.
Presidente - Rev. Mário de Oliveira - Eleito em 30/03/96

A Quadrangular Hoje

A Igreja Quadrangular Internacional está hoje em 91 Países.
Desde 1.944 o sol brilha ininterruptamente sobre a bandeira Quadrangular pois ela está em todos os continentes.
A Igreja brasileira tem nove missionários em sete desses países.
40 Institutos Teológicos Médios e 100 Institutos básicos (com 4.500 alunos e 1.200 Professores).
Uma escola por correspondência e um curso intensivo para pastores CATEP.
Uma Editora e Publicadora Quadrangular George Russell Faulkner (situada em São Paulo- SP).

quinta-feira, 27 de dezembro de 2007

AIMEE SEMPLE MACPHERSON


(9 de outubro de 1890 - 27 de set de 1944)

Havia muita coisa que uma mulher não podia fazer na primeira metade do século XX, mas boa parte delas Aimee Semple McPherson fez. Não é a toa que ela foi citada pela revista Time, junto com Billy Graham, como uma das 100 pessoas mais importantes do mundo durante o século XX.

Quando mulheres não podiam subir em púlpitos para pregar a palavra de Deus, ela liderou reuniões para milhares de pessoas em diversos continentes. Sua fama se espalhou por todo o mundo. Centenas de milhares foram salvos, curados e tocados pelo Espírito Santo de Deus.

Ela realizou milhares de campanhas, construiu o “Angelus Temple”, promoveu a abertura de mais de 400 igrejas no país, diplomou 3000 alunos pelo “Life Bible College”, inaugurou a primeira rádio evangélica e foi a primeira mulher a pregar a palavra de Deus em uma rádio nos Estados Unidos.

Com todo esse currículo, porém, em uma lição de humildade, que faz com que qualquer um de nós sinta que não fez nada por Deus, ela termina sua vida dizendo: "...sinto que fiz muito pouco, embora tenha pregado ao redor do mundo e visto milhares de pessoas serem salvas. Sinto não ter feito virtualmente nada. Se fosse homem, poderia ter feito muito mais. Mas sou apenas uma mulher que se entregou a Deus para ser usada por Ele. Toda glória por qualquer coisa realizada pertence completa e unicamente ao Senhor, a quem amo e rendi toda a minha alma..."


A HISTÓRIA DE SUA VIDA
Aimee Semple McPherson, desde a sua adolescência, sentia o forte chamado de Deus que a impulsionava em busca da verdade.

Em sua caminhada, assim como Jesus, ela foi caluniada, enganada e perseguida; chegou quase à morte, mas Deus a resgatou, porque aquela enfermidade era para a glória de Deus.

Ela venceu a morte, venceu suas necessidades humanas, os seus esforços contribuíram para que Deus agisse de forma maravilhosa em seu ministério.

O seu amor pelas almas era maior que as dificuldades que encontrava pelo caminho, sua vida foi dedicada, quase que por completo, ao ministério. Sua prioridade era levar a salvação, a cura e a restauração, através do poder do nome de Jesus Cristo.




O SEU NASCIMENTO


Em Salford, próximo a Ingersoll, em Ontário, Canadá, viviam o Sr. James Morgan Kennedy e sua esposa, a Sra. Elizabeth Kennedy. A senhora Elizabeth ficou muito doente e James publicou um anúncio para contratar alguém para cuidar dela. A Srta. Mildred Ona Pearce, ou simplesmente "Minnie", que tinha 14 anos de idade, aceitou o emprego. Ela era órfã e filha adotiva de um casal metodista que atuava no "Exército da Salvação", um movimento evangelista da Igreja Metodista.

Algum tempo depois, a Sra. Elizabeth Kennedy veio a falecer e o Sr. Kennedy, já com 50 anos de idade, tomou à jovem Minnie em casamento. Isso gerou muita confusão no lugar onde moravam, e se sentiram forçados a mudar para Michigan, nos Estados Unidos da América, amenizando o escândalo.
Em nove de outubro de 1890, de volta ao Canadá e agora morando em uma fazenda perto de Ingersoll, nasce a filha única do casal James e Minnie, a qual recebeu o nome da falecida esposa de James, Elizabeth Kennedy. Com o passar dos anos, a menina, muito desenvolta, adotou para si mesma o nome de Aimee Elizabeth Kennedy para diferenciar-se da falecida Elizabeth Kennedy.

Aimee passou sua infância e mocidade em Ingersoll, formando-se no colégio com honras especiais.Entre 14 e 16 anos, Aimee tornou-se muito ativa.

Ela tinha um profundo desejo de ser atriz e interessou-se cada vez mais pelos programas sociais e recreativos da Igreja Metodista que ela freqüentava, usando seus talentos criativos nas apresentações teatrais da igreja. Cinema, patinação no gelo, romances e bailes foram as diversões que a traíram até o ponto de seu coração ficar cada vez mais frio e longe de Deus.


Com a idade de dezessete anos, conheceu a Teoria da Evolução, de Darwin, o que muito a fascinou. Sendo muito perspicaz, poucos religiosos conseguiam debater com ela e vencer. Mesmo sendo criada num lar cristão, Aimee começou a duvidar da veracidade de suas crenças religiosas e até da existência de Deus.

Nessa condição de indiferença ateísta, Aimee sentia-se infeliz. Entre as dúvidas e a tristeza por ter discutido com a sua mãe, tendo-a magoado com sua descrença, a luta em seu coração era muito grande.

A CONVERSÃO DE AIMEE
Uma noite ela foi para seu quarto, determinada a achar uma solução para suas dúvidas. Sem acender a lamparina, ajoelhou-se em frente à janela aberta onde contemplava a paisagem branca, toda coberta de neve.

Levantando seus olhos aos céus, vendo a lua e as estrelas, pensou: "Certamente deve existir um grande Criador que fez tudo isto". De repente, ergueu os seus braços para o céu e clamou: "Ó Deus… se há um Deus... revele-se a mim!”

“Suponho que o Pai Celestial responda a essa oração para cada ente humano que envie sua petição desesperada em direção aos céus. Pelo menos, Ele respondeu à minha antes da meia-noite seguinte", disse Aimee.

Depois das aulas daquele dia, enquanto esperava o horário para o ensaio da peça de Natal no salão da prefeitura, Aimee saiu andando pela rua de neve com seu pai e notou um aviso no salão de Missões que dizia: "Reunião de Avivamento, Robert Semple, evangelista irlandês. Todos são bem vindos".

O pai de Aimee sugeriu que entrassem e ela aceitou sem discutir, pois notícias desse reavivamento haviam chegado ao seu conhecimento e a curiosidade a impulsionava a estar ali. Tudo era interessante, os cânticos eram bastante animados, todos cantavam levantavam as mãos e Aimee se divertia com isso.

A seriedade tomou conta do semblante de Aimee ao ver o evangelista entrar com a Bíblia debaixo do braço. Moço alto, tinha um topete de cabelo crespo castanho que teimava em cair sobre os olhos azuis irlandeses. Era possível rir com ele, pois sua mensagem borbulhava com um humor claro e sadio, mas não se podia rir dele: "Nem pensar!", comenta Aimee.

"Leiamos Atos 2:38-39", Robert disse e leu…” Arrependei-vos e cada um de vós seja batizado em nome de Jesus Cristo para remissão dos vossos pecados e recebereis o dom do Espírito Santo“.

E começou. Arrepios correram pelas costas de Aimee, pois ela jamais ouvira um sermão destes. Usando a Bíblia como espada, ele dividiu o mundo em dois. De um lado, colocou os cristãos, do outro, os pecadores. Segundo o seu evangelho, todos estavam destinados ao céu ou ao inferno.

Ao ouvi-lo pregar, a pessoa entendia haver diferença visível entre o pecador e o membro da igreja. O pregador passou a falar do Espírito Santo e, de repente, a falar numa língua desconhecida. Aimee diz que, para ela, este pronunciamento, inspirado pelo Espírito Santo, era como a voz de Deus trovejando em sua alma palavras terríveis de juízo e condenação.

Apesar da mensagem falada em línguas, ela entendia perfeitamente Deus dizer “que ela era uma pecadora, perdida no caminho do inferno…". Aquela noite mudou a vida de Aimee.

Jamais alguém disse tamanha verdade a ela. Era como se mãos invisíveis houvessem se estendido sobre ela e começassem a sacudir sua alma. Uma convicção genuína a envolveu e ela sabia que havia um Deus e ela atuava como uma pecadora. Ainda assim, Aimee tentou fugir procurando pôr três dias, se distrair das palavras do evangelista ouvindo músicas de jazz.

Mas numa tarde de dezembro de 1907, três dias após aquela pregação, voltando para casa de trenó, Aimee não conseguiu mais suportar. Era como se os céus de bronze fossem cair sobre ela e que em poucos momentos seria demasiado tarde.

"Deus, tenha misericórdia de mim, sou uma pecadora!", tudo mudou em sua volta e uma grande paz invadiu a sua vida.

Diz Aimee: “Foi como se o sangue do calvário, ainda quente, se derramasse sobre todo o meu ser. Grandes lágrimas escorriam sobre minhas mãos enluvadas enquanto segurava as rédeas. Quando entrei em casa, senti Aquele que é invisível bem próximo de mim. Meus pais estavam no estábulo e me alegrei pôr estar só. A casa inteira parecia inundada de uma glória cor de ouro. Levantando a tampa do fogão de metal, na sala de estar, queimei minhas sapatilhas de dança, minhas partituras de jazz e meus romances. Meu pai quis saber o que estava acontecendo e expliquei: Converti-me e não tenho mais necessidade dessas coisas!"

BUSCA DO ESPÍRITO SANTO

Depois de sua conversão, Aimee passou duas semanas numa alegria impossível de descrever. Deste dia em diante, Aimee passou a buscar a presença de Deus. Não perdia tempo para orar e ler a Bíblia. Diz Aimee que, quando orava, falava com Cristo, e, quando lia a Sua Palavra, Ele falava com ela.

Um dia, em oração, esta serenidade foi abalada ao analisar: “O Senhor me dá tudo e eu só recebo. O egoísmo é um traço de caráter abominável. Senhor, que posso fazer em troca?” Aimee abriu a Bíblia e leu “... o que ganha almas é sábio e ... resplandecerão como as estrelas sempre e eternamente."

Era como se uma voz poderosa falasse em tom de clarim: "Agora que você foi salva, vá e ajude a salvar os outros."

Começou a procurar almas. Desde aquele momento ela começou incessantemente a buscar o Espírito Santo, perdendo muitos dias no colégio para assistir reuniões na casa de uma senhora, já batizada com Espírito Santo, que pertencia à Missão Pentecostal onde Aimee ouvia o Evangelho.

Quando a mãe de Aimee recebeu uma carta do diretor do colégio comunicando o fato dela estar perdendo muitas aulas, proibiu-a de freqüentar os cultos, chamando o povo da missão de fanáticos.

Na segunda-feira seguinte resolveu não ir ao colégio, mas passar o dia em oração na casa da irmã da missão. Elas oraram juntas, pedindo ajuda a Deus para que Aimee ficasse na cidade até receber o batismo. O Senhor ouviu a oração e a neve começou a cair numa tempestade forte.

Ela orou o dia todo e quando foi pegar o trem para voltar à sua casa, descobriu que todos os trens estavam parados, as linhas telefônicas interrompidas e as estradas intransitáveis. Essas condições prevaleceram uma semana e Aimee ficou na casa da irmã, passando a maior parte do tempo ajoelhada e orando horas a fio, comendo e dormindo pouco, levantando na madrugada, e, embrulhada em cobertores, continuava em oração.

Na sexta-feira ela ficou na presença do Senhor até a meia noite. Levantando bem cedo no sábado, antes que qualquer pessoa da casa estivesse acordada, foi à sala, ajoelhou-se, levantou as mãos e começou a orar pedindo ao Espírito Santo, para melhor servir ao Senhor, contando o seu amor para os outros. Num momento, uma alegria maravilhosa encheu o seu coração e Aimee com os olhos fechados, viu o mundo como um vasto campo de trigo, já branco para a ceifa.

Ainda em oração, o trigo começou a se transformar em rostos humanos; a folhagem, em mãos levantadas; e sobre tudo apareceram as palavras do Senhor: “Os campos já estão brancos para a ceifa. A ceara é realmente grande, mas poucos os ceifeiros. Rogai ao Senhor da ceara que mande ceifeiros para a sua ceara.” Naquela hora, o Senhor colocou na sua mão uma foice de dois gumes (A Palavra Deus) e no seu coração soaram estas palavras:

“Vais recolher o trigo, mas lembre sempre que a foice te é dada para cortar o trigo. Muitos ceifeiros usam-na corretamente apenas poucas horas, e depois começam a cortar e marcar os seus colegas. Aplica-te a tarefa que está perante ti, corte somente o trigo e recolhe os molhos preciosos.“

Esta foi uma lição que a irmã Aimee nunca esqueceu. Apesar das críticas, perseguições e mesmo calúnias terríveis, não procurava se defender, criticando ou ferindo os outros.

Naquele mesmo sábado inesquecível, Aimee Elizabeth Kennedy recebeu o batismo no Espírito Santo, louvando e glorificando ao Senhor numa língua que ela nunca aprendeu, “Segundo o Espírito lhe concedia que falasse.”

Era quase meio dia quando se levantou com o rosto radiante, após ter ficado muito tempo na presença do Senhor em oração. Fora, a tempestade havia cessado, os irmãos da casa entraram na sala e regozijaram-se com Aimee.

Ela escreveu mais tarde: “Dentro do meu coração ficaram duas convicções: a primeira, que o Consolador tinha entrado para ficar e eu deveria viver em consagrada obediência à Sua vontade; a segunda, que eu tinha recebido uma chamada para pregar o evangelho eterno.”

CASAMENTO, VIAGEM PARA CHINA E VIUVEZ.

Certa noite, enquanto Aimee estava na casa de um vizinho com duas crianças que tinham apanhado febre tifóide, a porta se abriu e Robert Semple, o evangelista, surgiu diante dela.

Um impulso de alegria a envolveu. Robert disse-lhe que havia chegado de Stratford e, sabendo que as crianças adoeceram, viera fazer-lhes companhia. Naquela noite, as crianças tiveram os dois como enfermeiros. Aimee e Robert conversaram por algum tempo a respeito das cartas que trocavam entre si, sobre o batismo do Espírito Santo que ela havia recebido, e do grande desejo que ela tinha de ser ganhadora de almas.

Enquanto ele falava, Aimee percebia os grandes olhos azuis de Robert fixos nela. Ele falava de sua estada em Stratford, de suas realizações como homem de Deus, de suas reuniões, salões cheios e milhares de homens e mulheres aceitando a Cristo.

Aimee não escondia o seu contentamento e não negava o seu desejo de ser uma missionária.

Ao olhar os livros espalhados sobre a mesa, Robert deparou com o livro de geografia e, folheando as páginas, abriu no mapa do Oriente. "A China será o meu desafio, o meu destino". "Que maravilha", suspirou Aimee. Gostaria de dedicar a minha vida a uma causa como esta.

Foi então que Robert disse: “Aimee sei que tem apenas 17 anos, mas eu a amo de todo coração. Logo vai fazer 18. Quer casar-se comigo e ir em minha companhia para a China?"

Aimee ficou olhando estarrecida para ele. O rosto honesto, não conseguia falar, mas um desejo irreprimível de ajudá-lo nasceu em seu coração.

Ela sabia que o amava profundamente. Amava seu ministério, seu Cristo, seu ensino, sua mensagem. Não foi preciso respondê-lo imediatamente. Oraram juntos. Enquanto oravam, Aimee, numa visão, viu uma estrada longa e brilhante se estendendo em direção á Cidade Celestial, Robert e ela estavam subindo pôr um caminho ladeado de anjos que levava ao trono de Deus. Aimee o aceitou.

Robert falou com os pais de Aimee, pedindo consentimento, e de maneira simples e franca tiveram sua bênção.

No dia 22 de agosto de 1908 se casaram. E, segundo Aimee, ele foi o seu Seminário Teológico, seu mentor espiritual, seu marido terno, paciente e dedicado.

Juntos entraram no campo evangelista, seguindo um programa de trabalho intensivo. Foi nessa fase do seu ministério que Aimee recebeu o dom de interpretação de línguas. Um dia, enquanto estava orando em seu quarto, começou a falar em línguas pelo Espírito Santo.

Logo ela ficou consciente pelo fato de poder entender o significado das palavras dadas pelo Espírito Santo. Durante o culto daquela mesma noite, Reverendo Durham deu uma mensagem em línguas e Aimee recebeu a interpretação, mas, por causa da timidez, não deu a interpretação. Porém, na reunião seguinte, quando uma mensagem de línguas foi dada, com medo de apagar o Espírito, Aimee foi obediente, deixando que o Espírito Santo desse a interpretação através dela.

Algum tempo depois, assistindo a uma série de conferências, Aimee caiu numa escadaria e fraturou o osso de um dos pés, ficando com quatro dos ligamentos completamente soltos, a ponto dos dedos serem puxados para baixo apontando a direção do calcanhar. Depois de colocar o gesso, o médico deu pouca esperança de recuperação dos ligamentos e da flexibilidade do pé e do tornozelo.

Com os dedos do pé inchados, pretos e com muita dor, Aimee foi assistir ao culto à tarde, dirigido pelo Reverendo Durham. Não suportando mais a dor, deixou o culto, resolvendo descansar no seu quarto, que ficava a um quarteirão de distância do salão dos cultos.

Chegando ao quarto ela ouviu uma voz dizendo: “Se tu embrulhares o sapato do pé fraturado, e voltares ao culto, e pedires ao Reverendo Durham para orar por ti, levando consigo o sapato para calçá-lo na volta, eu curá-la-ei.” A principio ela estranhou a idéia, mas a voz no seu coração insistiu tanto que finalmente, com a ajuda de muletas, voltou ao culto levando o sapato. Chegou tremendo e atormentada porque, no caminho, a muleta entrou num buraco na calçada, causando aos dedos, já sensíveis, uma dor terrível por haverem tocado o chão.

Contando aos irmãos reunidos o que Deus tinha falado e após uns momentos de oração silenciosa, o Reverendo Durham colocou suas mãos no tornozelo dela e disse: “No nome de Jesus receba a cura.” Instantaneamente, ela sentiu que fora curada; o gesso foi tirado e num salto ela colocou-se em pé e começou a andar, louvando ao Senhor.

O testemunho de Aimee foi este: “Desde aquela vez o poder de cura divina se manifestou na minha vida e na daqueles que eu tive privilégio de oferecer a oração da fé.

Pouco tempo depois disso, o casal Semple seguiu em viagem para a China, passando antes pela Irlanda para conhecer a família de Robert. Na viagem, enfrentaram uma forte tempestade e, em meio a enjôos, medos e temores, Aimee conta ao marido que está grávida.

Depois da Irlanda, seguiram para a Inglaterra para encontrar Cecil Polhill, um milionário cristão que os ajudaria a chegar a China. Ali, Aimee fez a sua primeira pregação, numa convenção onde estavam reunidas cerca de 15 mil pessoas.

Na China, Aimee foi acometida de uma malária tropical, ficando um mês, dia e noite, no leito. A sua única preocupação era a criança. Robert logo caiu doente, tentou relutar, mas a cada dia foi piorando e a malária levou sua vida sepultando-o em Hong Kong. Aimee disse ao ver o marido falecer: "O Senhor deu e o tomou. Bendito seja o nome do Senhor".

Aimee teve uma menina a quem chamou de Roberta Star Semple. Menos de um mês depois da morte de Robert, Aimee voltou aos EUA para morar em Nova York


AS DIFICULDADES PESSOAIS E MINISTERIAIS

Com a morte de Robert Semple, Aimee passou pôr dificuldades financeiras e também necessitou dedicar mais tempo a sua filha, pois ela estava com a saúde muito fragilizada e os problemas pessoais a cada dia dificultavam mais sua vida ministerial.

Em meio a tantas dificuldades pessoais e ministeriais, Aimee conheceu e se apaixonou por Harold McPherson, um contador de Nova York, com quem reconstruiu um lar seguro para ela e sua filha.

Durante algum tempo o marido de Aimee passou pôr dificuldades financeiras; ela começou a arrecadar ofertas para o exercito de Salvação, com isso conseguia ajudar nas despesas da casa. Neste período engravidou; quando seu filho Rolf McPherson nasceu teve que parar de trabalhar.

Aimee começou a dedicar-se aos filhos e à rotina do lar, porém, não estava feliz, porque, na intensa chamada de Deus e o dever com a sua família, Aimee caiu num estado de depressão pós-parto, adoecendo gravemente e sendo levada a um hospital.

Aimee pedia a cura a Deus, mas a cada pedido ouvia o Senhor dizendo: "Tu irás? Pregarás a palavra?". Mas somente depois de um ataque repentino de apendicite, que a levou a cinco operações em um mesmo dia chegando ao ponto de pedir a morte, durante a madrugada ouviu a voz do Senhor: "Agora tu irás?"; quase sem forças respondeu-lhe; "Sim, Senhor, eu irei".

Em 15 dias ela estava totalmente recuperada. Sentindo-se fraca para entrar em discussão com seu marido e sogra, quanto ao seu chamado divino, Aimee resolveu partir com seus filhos para o Canadá, buscando o apoio de seus pais, que se ofereceram para cuidar de seus filhos.

Telegrafou então para seu marido, pedindo que fosse ao seu encontro. Aimee participou de um encontro Pentecostal em Ontário, onde teve um novo encontro com Deus, assim iniciando o seu ministério no Canadá; apesar de na época ser raro encontrar uma pregadora mulher, foi respeitada e aceita pelos sinais que Deus operava através de sua vida.

O INÍCIO DO SEU MINISTÉRIO

Na primeira noite, a irmã McPherson, como era conhecida, ficou desapontada ao encontrar um número reduzido de pessoas assistindo ao culto. Na segunda noite pregou àquelas mesmas pessoas, que durante ou por quase dois anos haviam freqüentado os trabalhos. Na terceira noite, antes do culto, ela pegou uma cadeira e dirigiu-se à esquina principal da pequena cidade, a apenas um quarteirão do salão de culto. Subiu na cadeira e, com os braços erguidos, começou a orar em silêncio. Logo após, ouviu vozes ao seu redor comentando o fato. Ela parou de orar e abrindo os olhos viu um grupo grande de pessoas. Pegando a cadeira, saiu correndo e gritando "depressa, venham comigo". Todos correram atrás dela, e, chegando ao salão, ela disse ao porteiro: "Quando todos estiverem dentro, feche a porta e não deixe ninguém sair". Realmente ninguém procurou sair da pregação que durou quarenta minutos.

Na noite seguinte, o salão ficou lotado e muitos não puderam entrar. O problema só ficou resolvido com a remoção do culto para a grande área gramada que ficava atrás do salão. O número de pessoas que assistia às reuniões cresceu tanto que ultrapassou a quinhentos e, como resultado muitas almas se entregaram a Jesus.

Harold McPherson mandou-lhe um telegrama para que voltasse para sua casa, mas Aimee recusou-se a voltar. Ele veio então ao seu encontro e ouvindo uma de suas pregações reconheceu o chamado de Deus na vida de Aimee, estimulando-a a continuar.

No fim da primeira semana de trabalho ela recebeu uma oferta do povo e, com o dinheiro, foi à cidade vizinha e comprou uma tenda de lona já usada. O vendedor (homem desonesto) "abaixou" o preço com a condição que não seria necessário tirar a tenda da sacola antes de vendê-la. Quando ela voltou a Mount Forest e abriu a "catedral de lona", descobriu que estava mofada e rasgada. Foi necessário remendar e limpar a tenda, que com muito esforço finalmente ficou pronta.

No primeiro culto realizado na tenda, quando Aimee ia começar a pregar, a lona começou a rasgar-se e vinha caindo sobre o povo ali presente, devido ao forte vento; irmã McPherson levantou os braços e orou: "Em nome do Senhor Jesus, ordeno que não caia até depois do culto".

Naquele instante a lona ficou presa num prego e não caiu. No dia seguinte, um grupo de senhoras da congregação ajudou a remendar a tenda. Depois de trabalhar o dia todo, irmã McPherson sentiu-se tão cansada que resolveu cancelar o culto daquela noite. Deixando um aviso na tenda, foi para casa descansar.

Antes de deitar-se, tomou a Bíblia e ajoelhou-se para orar e meditar nas Escrituras. A Bíblia caiu da cama e quando ela foi pegá-la no chão, percebeu que estava aberta neste versículo: "Qualquer que procurar salvar sua vida, perdê-la-á, e qualquer que perder a sua vida por amor de mim, esse a salvará." (Mateus 16:25).

Ela entendeu que Deus tinha falado mais uma vez ao seu coração. Levantou-se e imediatamente se preparou para pregar na tenda. Ainda sentia grande cansaço quando subiu ao púlpito, mas, na hora em que se levantou para cantar o primeiro hino, todo o cansaço a tinha deixado.

Depois de muitos anos no ministério ela escreveu este maravilhoso testemunho: "Tem sido assim desde aquela vez. Não importa o que seja, o labor ou os apuros do dia a dia, nem importa a fadiga física e mental que eles produzem em mim, estou sempre refeita no instante em que fico em pé no púlpito." O resultado glorioso de sua obediência veio naquela noite, quando dezoito fazendeiros se converteram a Cristo.

As campanhas em tendas de lona nas cidades de orla marítima do Atlântico continuaram até 19l8, com o povo em número sempre crescente, reunindo-se para ouvir esta extraordinária evangelista.

Em junho de 1917 foi lançada a primeira edição da sua revista, "Bridal Call", contendo testemunhos e notícias das campanhas, sermões, poesias e outros artigos. Em de três meses, a revista foi aumentada de uma edição simples de quatro páginas somente, para uma revista mensal de dezesseis páginas.

Atualmente a revista é publicada sob o nome "The Foursquare World Advance", contendo notícias da Igreja Quadrangular no mundo inteiro, com uma tiragem mensal de mais de 50.000 exemplares.

As campanhas evangelistas desses primeiros anos foram marcadas com grandes experiências de fé e maravilhosas vitórias. Foi nesse período que Deus começou a usar irmã McPherson no ministério da cura divina. Uma noite ela pregou sobre o tema "Jesus Cristo é o mesmo ontem, hoje e eternamente", mostrando que Ele vive hoje para curar e batizar com o Espírito Santo.

A fé foi despertada e ela viu uma figura patética vindo voluntariamente à frente: uma moça auxiliada por duas pessoas, estava curvada, com o queixo puxado para baixo tocando no peito, pernas e mãos deformadas pela artrite reumatóide, chegava apoiando-se em muletas.

A moça foi carregada até o púlpito e assentada numa cadeira. Em poucos minutos, ela aceitou Jesus e, em seguida, foi batizada com o Espírito Santo. Depois de orar pela sua cura, irmã McPherson disse-lhe que levantasse as mãos e louvasse ao Senhor.

Assim ela o fez, e louvando ao Senhor começou a levantar os braços e as mãos deformadas começaram endireitar-se. Com os braços libertos e erguidos, ainda louvando ao Senhor, o queixo e o pescoço, há tanto tempo endurecidos, foram-se tornando livres ao ponto dela poder olhar para o céu.

Com isso ela se levantou e, apoiando-se com as mãos, começou a andar através da força que suas pernas receberam para sustentá-la. Saiu andando e glorificando ao Senhor.

Numa campanha em Durant, Flórida, novamente Deus provou o Seu poder na vida de Aimee Semple McPherson. As reuniões foram realizadas num tabernáculo de madeira em local onde não havia eletricidade.

A luz de lampiões a querosene e gasolina era muito fraca para o tamanho do tabernáculo, então, colocaram um aparelho de luz a gás para iluminar o lugar.

Uma noite, antes do culto, enquanto irmã McPherson estava fazendo uns ajustes no aparelho, houve uma pequena explosão no mesmo e as chamas atingiram seu rosto. A dor foi tão aguda que ela, sem pensar nas conseqüências, saiu correndo e colocou o rosto numa bacia com água fria.

Ao tirá-lo da água, a dor, já intensa, aumentou e bolhas brancas começaram a se formar. Irmã McPherson ficou andando de um lado para outro sob as árvores, esperando em Deus sempre, enquanto alguém consertava o aparelho danificado. O povo continuava a chegar, mas a hora de iniciar o culto já estava atrasada, devido ao imprevisto que acontecera com o aparelho.

Um senhor, que estava combatendo as reuniões e a pregação de cura divina, aproveitando a oportunidade, levantou-se para avisar ao povo que não haveria reunião porque a pregadora da cura divina tinha queimado o rosto.

Quando a irmã McPherson soube disso, orando e pedindo força, subiu ao púlpito e, em nome de Jesus, anunciou um hino com os lábios tão endurecidos por causa da queimadura que quase não pode pronunciar as palavras. Terminando a primeira estrofe, ela levantou sua mão e disse pela fé: "Louvado seja o Senhor que me cura e me tira toda a dor."

O povo começou a louvar a Deus e, instantaneamente, o sofrimento intenso foi aliviado e, perante os olhos de todos, o vermelhão do rosto começou a diminuir e as bolhas desapareceram. No final do culto, a sua pele estava completamente normal e Deus foi glorificado.

Na cidade de Filadélfia, em 1917, a campanha realizada numa tenda grande, trouxe pessoas de muitas cidades vizinhas que acamparam em tendas pequenas ao redor de cultos. Na primeira noite, o poder do Espírito Santo caiu sobre o povo que clamava a Deus pedindo um avivamento. Na segunda noite, o inimigo começou a atacar a obra. O terreno alugado para levantar a tenda, antes era utilizado como campo de futebol por um colégio vizinho e os jovens, ressentidos por terem perdido o campo, começaram a perturbar o culto.

Centenas deles cercaram a tenda e, cada vez que havia uma manifestação do Espírito, eles zombavam e davam gargalhadas. O barulho tornou-se tão forte que dentro da tenda era impossível ouvir a voz dos solistas e dos dirigentes que falavam ao povo.

Mais tarde foi descoberto que os jovens esconderam latas de querosene e gasolina para incendiar tudo que havia no terreno. Enquanto o povo cantava hinos, irmã McPherson orava pedindo a orientação do Senhor.

A resposta veio pelo Espírito Santo de Deus, dizendo-lhe: "Começa a louvar, porque a alegria do Senhor é a tua força."

Ela começou em voz baixa, com os olhos fechados; mas aos poucos, a sua voz tornou-se mais forte, então clamou: "Bendize, ó minha alma, ao Senhor, e tudo o que há em mim bendiga ao Seu Santo nome." O povo sentindo o Espírito, também levantou a voz louvando ao Senhor. Irmã McPherson relata o que aconteceu depois:

"Enquanto eu louvava ao Senhor, vi muitos demônios com asas estendidas, semelhantes às de morcego, entrelaçadas uma a uma, lado a lado, ao redor do tabernáculo. Mas cada vez que eu dizia: Louvado seja o Senhor, eu percebia que as forças diabólicas davam um passo para trás, até que, finalmente, desapareceram entre as árvores."

Ela continuou clamando: "Glória a Jesus! Aleluia! Louvado seja o Senhor." De repente viu que, no lugar onde as forças diabólicas haviam desaparecido, um grande bloco de anjos, vestidos de branco, estava avançando, também com asas estendidas e entrelaçadas, e cada vez que se expressava: "Louvado seja o Senhor", eles davam mais um passo à frente. Sem parar, avançavam ao ponto de cercar completamente a orla exterior da tenda de lona.

Quando irmã McPherson abriu os olhos, os jovens que perturbavam o culto ainda estavam presentes, mas todos quietos, com os olhos atentos e olhando para ela. Houve uma atenção perfeita durante a pregação, muitos aceitaram Jesus como Salvador e nos outros cultos eles voltaram trazendo os doentes e aflitos para que recebessem a oração da fé.

Sua primeira viagem transcontinental foi em 1918, quando atravessou o continente em seu carro com as frases escritas: “Carro do Evangelho” e "Jesus voltará, prepare-se!”.

Viajava acompanhada pelo casal de filhos, sua mãe e uma secretária; irmã McPherson corajosamente pegou a direção do carro e enfrentou chuva, neve, tempestades terríveis, lama e montanhas na sua viagem de 6.400 km, pregando e distribuindo milhares de folhetos, ela se dirigiu a cidade de Tulsa, no estado de Oklahoma, ponto intermediário no seu itinerário para a Califórnia. Antes de lá chegar, recebeu um telegrama avisando-a que todas as igrejas de Tulsa estavam fechadas por causa de muitas mortes, resultantes da epidemia de gripe. Em oração, o Senhor falou com ela dizendo: "Não temas. Continues a viagem, e quando chegares ali, as igrejas estarão abertas".

Quando chegou em Tulsa, num domingo pela manhã, ouviu os sinos de muitas igrejas. Perguntando a razão de tudo isso, irmã McPherson descobriu que a cidade de Tulsa estava regozijando-se pela reabertura de suas igrejas naquele mesmo dia.

Entre 1918 e 1923, irmã McPherson atravessou os Estados Unidos oito vezes, realizando trinta e oito campanhas evangélicas nos maiores auditórios do país. Esses auditórios tinham capacidades entre 3.000 a 16.000 pessoas sentadas, e muitas chegaram para receber a salvação e a cura em Jesus, e para serem batizadas com o Espírito Santo.

Durante a grande campanha na cidade de Oakland, na Califórnia, no ano de 1922, Aimée Semple McPherson foi inspirada a chamar sua mensagem de "QUADRANGULAR".

Esta lhe foi revelada enquanto pregava sobre a visão de Ezequiel, dos quatro querubins com quatro rostos que simbolizavam o quádruplo ministério do Senhor Jesus Cristo:

1 – O Salvador
2 – O Batizador com o Espírito Santo
3 – O Grande Médico
4 – O Rei que há de Voltar

Aimee começou a proclamá-la com o nome dado por Deus: " O EVANGELHO QUADRANGULAR"

AS CORES DA BANDEIRA

ESCARLATE – O Sangue de Jesus para salvação da humanidade
AMARELO OURO – O Poder Ofuscante do Espírito Santo
AZUL CELESTE – A Cura Divina que vem do céu
PÚRPURA – A vestimenta do Rei Eterno (Jesus Cristo)

No dia 1 de janeiro de 1923, foi inaugurado o templo Sede Internacional da Igreja Quadrangular, o “Angelus Temple” com capacidade para 5000 pessoas. Aimee dirigia 21 cultos por semana; nos primeiros meses 7000 pessoas encontraram a Salvação em Jesus Cristo.

Trinta e três dias depois, foi inaugurado o Instituto de Treinamento Evangélico e Missionário; Aimee também consagrou uma sala de oração baseada no versículo "Orar sem Cessar".

Em 06 de fevereiro de 1924 consagrou a primeira rádio pertencente a uma igreja nos Estados Unidos e a terceira emissora em Los Angeles a KFSG.

Aimee também foi autora de vários livros, 105 hinos e 13 óperas sagradas.

Aimee não conseguiu conciliar sua vida de evangelista com a sua vida de esposa e, em 1921, sentindo-se preterido devido às muitas viagens de Aimee, Harold pede o divórcio alegando abandono do lar. Seu casamento durou perto de 9 anos.

Uma das grandes campanhas dessa época foi realizada na cidade de Denver, no estado de Colorado, no auditório municipal com capacidade para 15.000 pessoas. O auditório estava sempre lotado e, cada noite, milhares de pessoas que chegavam não podiam entrar; uma noite, o número de excedentes chegou a 8.000. Muitos se esconderam nos banheiros após o culto à noite, como garantia de que, no dia seguinte, haveria um lugar para assistir ao culto matinal. O número de conversões era tão grande que houve cultos nos quais quase a metade dos ouvintes se levantava para aceitar Jesus. Havia sempre um lugar especial para os cegos e paralíticos, cento e cinqüenta pessoas sobre macas foram colocadas numa área que ficava em frente ao grande palco. Por duas horas e quarenta e cinco minutos, irmã McPherson foi de maca em maca, orando pelos doentes, individualmente. Um repórter escreveu o seguinte relatório do culto:

"Foi literalmente um reavivamento de corpos doentes. Pessoa por pessoa, uma após outra, levantou-se da maca, e erguendo as mãos e o rosto para o céu, declaravam sua cura."

Outra campanha de grandes dimensões aconteceu em San Diego, na Califórnia. Os cultos foram realizados num ginásio de esportes reservado para lutas de boxe onde, na véspera da campanha, irmã McPherson conseguiu, no intervalo da luta, licença para fazer o aviso da campanha.

Durante cinco semanas a cidade foi abalada e o número cresceu tanto que foi necessário reservar uma parte do ginásio para pessoas com convites especiais. Isto foi feito para dar oportunidade a mais pessoas assistirem aos dois cultos por dia. Grandes lojas pediram convites para os seus funcionários, entidades civis e militares também fizeram o mesmo.
Cada noite era um grupo diferente que assistia ao culto. Não era possível orar por todos os doentes que chegavam, porque o ginásio, com capacidade para 3.000 pessoas, ficou pequeno demais. Finalmente conseguiram um lugar para a realização dos cultos de cura divina ao ar livre, na grande concha acústica do Parque de Balboa (somente por dois dias), um lugar para exposições e feiras, semelhante ao Parque do Anhembi, em São Paulo.

Após marcada a campanha especial, a cidade foi convocada para oração e jejum. Na véspera, setecentos carros chegaram e seus ocupantes aguardavam o início dos trabalhos, dormindo nos próprios carros. Muitos chegaram a pé, empurrando cadeiras de rodas ou carregando os doentes em macas. As 10:30 hs, irmã McPherson deu início ao culto; depois de alguns hinos e testemunhos maravilhosos, ela pregou sobre a cura dupla – do pecado e da doença. Daí, ela e um grupo de ministros começaram a orar pêlos enfermos.

Foi uma fila contínua o dia todo. Eles oraram desde cedo até o pôr-do-sol, ocupando apenas quinze minutos para um lanche. A polícia estimava que, conforme a hora, havia uma assistência que variava entre 10.000 a 30.000 pessoas durante o dia todo. No dia seguinte, Deus continuou os milagres de salvação e cura em nome de Jesus.

O ministério de Aimee Semple McPherson tornou-se internacional em 1922 quando ela realizou uma campanha na Austrália. Mais tarde, ela levou o evangelho a muitas outras nações. O ministério da irmã McPherson foi marcado por uma paixão imensa pelas almas. A mensagem de salvação recebeu ênfase, seguida de sinais prodigiosos ou sinais e prodígios.

Nessas campanhas de salvação e cura divina, a mensagem do Espírito Santo também foi
proclamada. No final dos cultos, um outro culto de oração era realizado àqueles que estavam buscando o batismo com o Espírito Santo, o qual, muitas vezes, durou até as cinco ou seis horas do dia seguinte.

O SEQÜESTRO
Em 18 de maio de 1926, Aimee e sua secretária, Emma Schaffer foram à praia. Aimee foi ao mar e não mais foi vista. Inicialmente, achou-se que tinha-se afogado e grande rebuliço aconteceu em todos EUA, especialmente em Los Angeles, centro de suas atividades evangelistas ou evangelizadoras ou evangélicas. Equipes de busca foram organizadas e incansavelmente buscaram o corpo da Sra. Aimee Semple Mcpherson. Uma jovem, devota de Aimee, mergulhou em sua busca e acabou morrendo afogada.

Aimee contou que foi abordada por uma senhora que chorava muito e pedia para que fosse orar por sua filha que estava morrendo no carro. Chegando ao carro, percebeu que era uma cilada e foi seqüestrada.

Chegando ao cativeiro, indagou aos seqüestradores o porquê do seu seqüestro; eles disseram que pediriam um resgate e ficariam com o Templo. Ela ficou presa por quase um mês em uma casa, depois foi levada para uma cabana primitiva por dois ou três dias; quando se viu sozinha pulou a janela, conseguindo escapar para o deserto, onde andou o dia inteiro, passando pôr muitos perigos. Já era madrugada quando avistou uma casa, aonde foi pedir ajuda.

O senhor Gonzáles, dono da casa, chamou a policia do Arizona para registrar o seqüestro e avisar sua mãe; a policia registrou o seqüestro e a encaminhou para o hospital. Não acreditando que se tratava da senhora McPherson, chamaram um editor para identificá-la; ele confirmou e assim ela pode entrar em contato com sua mãe pelo telefone.

Todos, quando souberam da noticia, no Templo, ficaram muito felizes com a volta da irmã McPherson; nesta época ela foi muito perseguida pelos jornalistas e autoridades que não acreditaram em sua história.
Depois de terem esgotado esta história, resolveram acrescentar algo mais picante, como se esse tempo de cativeiro fosse desculpa para encontros amorosos, denegrindo sua imagem de evangelista, inventaram até um possível aborto.

Mais uma vez, Deus esteve com ela e nada foi provado, desta forma foi encerrado o inquérito por falta de provas.

A VOLTA AO MINISTÉRIO

Aimee voltou às suas viagens evangelistas. Uma parada nessa viagem foi na cidade Baltimore, onde os jornais divulgaram-na como “Mulher Milagrosa”. Através desse anúncio, o teatro ficou repleto de paralíticos e doentes e Aimee foi orar ao Senhor porque sabia que não tinha o poder para curá-los; e o Senhor respondeu-lhe que quem tem o poder de curar e salvar é Ele e que ela seria um instrumento em suas mãos. Naquela noite muitos milagres aconteceram.

Durante as viagens evangélicas, sua mãe cuidava com eficiência do Templo em Los Angeles; com a morte de sua mãe, Aimee assumiu o Templo, tendo um desgaste físico e mental, adoecendo gravemente e seu filho Rolf, que havia voltado de uma viagem evangélica, assumiu a liderança.

O SEU ÚLTIMO CASAMENTO E SUA MORTE

Após os casamentos de seus filhos, Aimee sentiu-se muito sozinha; foi quando conheceu um cantor, David Hutton e apaixonou-se, casando-se novamente. Mais uma vez foi enganada pelos seus sentimentos, logo descobriu que ele não a amava, somente a usou para obter sucesso em sua carreira, assim divorciaram-se.

Na noite de 26 de setembro de 1944, Aimee pregou o seu último sermão perante uma multidão na Califórnia.

Esta foi a mesma cidade em que, 22 anos atrás, ela recebera a visão do Evangelho Quadrangular. O ministério terreno de Aimee terminou incansável como começara.

Quando seu filho Rolf encontrou-a na manhã seguinte, ele soube que o desejo dela fora concedido. E assim ela partiu para o Senhor.